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Petrobras (PETR4): Com mudança na Lei das Estatais, dividendos ainda compensam risco?

14 dez 2022, 9:31 - atualizado em 14 dez 2022, 9:38
Petrobras
Para os analistas do BTG, existe uma preservação “razoável” do pagamento de dividendos.  (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Petrobras (PETR4) segue como uma ação que já não é barata o suficiente mesmo considerando o pagamento de dividendos, disse o BTG Pactual nesta quarta-feira (14), após a Câmara aprovar uma mudança na Lei das Estatais. 

Os analistas Pedro Soares e Thiago Duart afirmaram em relatório que foram pegos surpresa com a velocidade com que o projeto foi aprovado na Casa. A mudança promovida, que ainda precisa passar pelo Senado, deve facilitar a indicação de nomes políticos para estatais.

A alteração permite que pessoas que tenham participado da organização de campanhas eleitorais assumam cargos de direção ou diretoria de empresa públicas em 30 dias – hoje, o prazo é de 36 meses.

“A situação segue fluida e alguns ajustes ainda são prováveis nos próximos dias, mas isso é indiscutivelmente negativo para a Petrobras (e outras estatais brasileiras) e elimina um dos principais mecanismos de defesa da influência política na empresa”, disseram os analistas.

Para eles, a mudança promovida na Câmara seria um sinal mais claro de que a estratégia da empresa pode ser menos apoiada por aspectos puramente técnicos a partir de agora – embora, lembram, alguns possam argumentar que a Lei das Estatais não tenha protegido totalmente a Petrobras de tentativas de interferência política.

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Dividendos da Petrobras são último pilar?

Para os analistas do BTG, existe uma preservação “razoável” do pagamento de dividendos. No entanto, o banco reiterou recomendação “neutra”.

“Supondo que o payout seja revisado para 35% ou 25% (mínimo estabelecido por lei) dos lucros, projetamos um rendimento de dividendos de 16% ou 12% em 2023, respectivamente”, disse.

“Para uma ação que foi negociada com um rendimento de dividendos de 20% a 25% nos últimos dois anos, não achamos que isso seja barato o suficiente”.

Os analistas afirmaram ainda que mudanças na estratégia da Petrobras podem em breve prejudicar as expectativas atuais de lucro.

Isso significa, disseram, que os rendimentos de dividendos podem cair ainda mais mesmo em um cenário de preços de petróleo estáveis.

O BTG disse esperar que ações da Petrobras reajam negativamente e afirmou que os investidores devem começar a questionar se existem catalisadores positivos dos papéis.

“As mensagens fornecidas pelo novo governo e sua equipe de transição até agora não são animadoras, e as sugestões são de que a atual política de dividendos deve ser revista (e reduzida)”, destacou.