Petrobras (PETR4): BTG vê como improvável criação de nova reserva para dividendos
A Petrobras (PETR4), de acordo com informações do jornal O Globo, estuda criar um fundo para receber dividendos extraordinários com foco em investimentos.
No entanto, segundo o BTG Pactual, adicionar novos projetos à curva de investimentos da Petrobras exigiria alterações no seu Plano Estratégico de cinco anos.
Mesmo que essa premissa seja deixada de lado e reconhecendo que isso poderia ser antecipado, a criação de uma nova reserva para investimentos faz pouco sentido para o banco. Além da reserva de capital mencionada, a empresa já possui uma reserva de lucros.
Em termos práticos, a reserva de lucros pode ser utilizada para garantir que a Petrobras possa cumprir os seus planos de investimentos ao longo dos anos. Na verdade, sempre foi utilizado para esse fim, e tem sido o caso nos últimos anos conforme a Lei das SAs, que estabelece que parte dos investimentos de qualquer empresa deve ser garantida por essa reserva de lucros.
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Na avaliação do banco, a proposta parece redundante. Mesmo que a Petrobras reveja os seus planos de investimentos no curto prazo, uma nova reserva não parece necessária, diz.
A reserva de lucros da companhia encerrou 2023 em US$ 8,3 bilhões.
BTG está mais cauteloso com Petrobras, mas segue com recomendação de compra
O BTG ressalta que adota uma postura mais cautelosa em relação à Petrobras desde a semana passada, sustentada por um prêmio de risco mais elevado e por maior pressão política sobre a alocação de capital da empresa.
Embora os analistas reconheçam que isso pode reduzir a vontade dos investidores de precificar dividendos mais elevados no futuro, eles também acreditam que o rendimento de dividendos permanece atraente (13% em 2024), mesmo assumindo apenas pagamentos “orgânicos” (45% do fluxo de caixa menos capex).
Por fim, a instituição enxerga as ações baratas em relação aos seus pares globais e mercados emergentes e, a menos que veja mudanças mais concretas na equipe de executivos, bem como nos estatutos da empresa, acredita que a Petrobras continuará a acumular dinheiro. Isso pode levar ao pragmatismo e convencer o controlador de que a empresa pode equilibrar tanto o crescimento como os pagamentos mais elevados, defende.
O BTG segue recomendando compra para a ação, com preço-alvo de R$ 47.