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Petrobras (PETR4): Bolsonaro prepara demissão de Silva e Luna em abril, diz jornal

18 mar 2022, 10:49 - atualizado em 18 mar 2022, 10:49
general Joaquim da Silva e Luna pode ser demitido por Bolsonaro em abril
Todos contra: demissão de Silva e Luna da presidência da Petrobras já teria sido definida por Bolsonaro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A demissão do presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), general Joaquim da Silva e Luna, já teria uma data definida pelo presidente Jair Bolsonaro: 13 de abril, quando o novo conselho de administração da estatal será eleito. A informação é dos jornalistas Malu Gaspar e Lauro Jardim, d’O Globo.

Segundo o jornal, a estratégia do governo é simples. Pelo estatuto da Petrobras, seu presidente executivo deve ser, necessariamente, um membro do conselho de administração. Para demitir Silva e Luna, basta que o governo, seu principal acionista, envie uma lista de candidatos ao novo conselho sem o nome do general.

Em seu lugar, o nome mais cotado é o de Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo. Antes de se tornar um cartola do futebol, Landim fez carreira no setor de energia. Foi presidente da antiga BR Distribuidora entre 2003 e 2006. Em seguida, comandou a OGX, OSX e MMX, fundadas por Eike Batista.

Sua última empreitada no setor petrolífero terminou em 2020, quando vendeu a Ouro Preto Óleo e Gás, empresa que fundou, para a Starboard, com o objetivo de se dedicar integralmente à administração do Flamengo.

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Bolsonaro ameaça Silva e Luna

A eventual queda de Luna e Silva ganhou força nos últimos dias, após a Petrobras promover o maior reajuste no preço dos combustíveis em duas décadas. Em 11 de março, as refinarias da companhia passaram a cobrar 18,8% mais pela gasolina e 25% mais pelo diesel.

O reajuste teve o raro efeito de unir políticos de esquerda, centro e direita contra a estatal. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto e líder das pesquisas de intenção de voto, afirmou que não há motivo para que a Petrobras seguisse os preços internacionais, política conhecida como Preço de Paridade Internacional (PPI), adotado durante o governo Michel Temer.

Bolsonaro passou os últimos dias bombardeando a Petrobras e seu presidente. Ontem, durante a sua live semanal nas redes sociais, o ex-capitão lamentou não poder trocar imediatamente o comando da empresa, pelo fato de ser uma companhia de capital misto.