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Petrobras (PETR4): Bloco na Margem Equatorial pode ter mais de 5,6 bi em reservas de barris de petróleo

29 set 2023, 15:05 - atualizado em 29 set 2023, 15:05
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Um único bloco na Margem Equatorial pode conter reservas de mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo, comenta Alexandre Silveira (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Estudos internos da Petrobras (PETR4) mostram que um único bloco na Margem Equatorial, na região amazônica do Amapá, pode conter reservas de mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo, disse o ministro de Minas e Energia nesta sexta-feira, ao defender a exploração da área ambientalmente sensível.

Os comentários de Alexandre Silveira ocorrem no momento em que a petroleira busca perfurar o primeiro poço exploratório em águas profundas da Bacia da Foz do Rio Amazonas, na costa do Amapá, um tema controverso que divide ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Silveira e outros ministros apoiam a tentativa da Petrobras de perfurar o poço, enquanto ambientalistas se manifestaram contra, diante dos desafios socioambientais apresentados pela região.

As estimativas das reservas, disse Silveira aos jornalistas, provêm de “estudos geológicos e geofísicos” realizados na região, que fica próxima à Guiana, onde a Exxon Mobil fez importantes descobertas.

“Guiana e Suriname têm enorme potencial, e têm estudos internos da Petrobras de que aquele bloco do lado brasileiro tem possibilidade de ter mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo”, disse Silveira a jornalistas, ao participar de evento no Rio de Janeiro.

Para comparação, Tupi, atualmente o maior campo produtor de petróleo do Brasil, teve reservas inicialmente estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de óleo equivalente.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente pedido de comentário sobre os volumes apontados por Silveira.

O órgão ambiental federal Ibama rejeitou em maio pedido de licença da Petrobras para a perfuração do poço, alegando que a companhia não teria cumprido pré-requisitos. A Petrobras, por sua vez, propôs melhorias no plano de exploração e apresentou recurso. O Ibama não tem um prazo exato para responder.

Enquanto isso, alguns dos ministros de Lula e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendem que o petróleo vindo da região ajudaria tanto a empresa como o governo a financiar o caminho para a transição energética.

Lula apostou a sua reputação internacional na reversão de alegado retrocesso ambiental sob o seu antecessor, Jair Bolsonaro, quando o desmatamento da floresta amazônica disparou.

No entanto, ele está sob pressão para proporcionar o tão necessário crescimento às regiões mais pobres do Norte e do Nordeste, e quer Petrobras seja um motor desse crescimento.

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Refinarias e Opep

Silveira voltou a defender ainda, durante o evento, que a Petrobras recompre refinarias de petróleo que foram vendidas à iniciativa privada, sem que regras de mercado sejam desrespeitadas.

“Pode ser recompra ou parceria, desde que a Petrobras esteja no controle ou com poder de decisão”, disse Silveira, ao defender que a medida poderia dar estabilidade ao “investidor”.

É pelo menos a segunda vez que o ministro defende a reestatização das refinarias nesta semana. Na quarta-feira, Silveira fez essa defesa ao deixar um evento em Brasília.

Em resposta, Jean Paul Prates disse na véspera a jornalistas que os desejos e planos do governo guiam a companhia, “mas tudo tem seu tempo, tudo tem também sua razão”.

“Há unidades, coisas que a Petrobras eventualmente vendeu que simplesmente comprar de volta não resolve o problema. Há outras que não, fazem realmente falta, dentro do processo de transição, de evolução para outras fases da indústria”, disse Prates na quinta-feira.

“Então a gente vai avaliar, como empresa. Claro, o desejo de todos, do grupo político em geral, do próprio presidente Lula, é que volte a construir a Petrobras que a gente tinha.”

O ministro também defendeu nesta sexta-feira uma aproximação maior do Brasil com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de forma a defender que não haja cortes tão bruscos de produção de petróleo pelo cartel.

Segundo Silveira, as oscilações dos preços do petróleo são “muito ruins para o mercado internacional e consequentemente reflete em algumas economias em desenvolvimento”.