Petrobras (PETR4): Após surpresa com dividendos, o alerta de analistas

Após a Petrobras (PETR4) surpreender o mercado com os resultados do segundo trimestre e o pagamento de R$ 87,8 bilhões em dividendos, analistas voltaram alertar para o risco político envolvendo a ação da empresa.

Para o BTG Pactual, a proximidade das eleições presidenciais pode aumentar o risco de mudanças no posicionamento estratégico da petroleira e de uma possível interrupção nos pagamentos de dividendos.

A dinâmica, segundo o banco, afetaria o desempenho das ações da estatal – que neste ano acumulam alta de 18%, a R$ 34,45, embora ainda abaixo de pares internacionais.

“Gostamos que a empresa tenha aumentado a visibilidade na distribuição de caixa, mas nossa recomendação ‘neutra’ é sustentada por uma maior incerteza nos pagamentos a partir de 2023″, diz trecho de relatório assinado por Pedro Soares e Thiago Duarte.

PETR4 em função das eleições

O Bradesco BBI comentou que o preço da ação deve acompanhar principalmente as expectativas para as eleições, “especialmente depois que as ações se tornarem ex-dividendos em 12 de agosto”.

O banco estabeleceu um novo preço-alvo de R$ 53 para dezembro de 2023, “com base na metodologia de avaliação polarizada”.

A instituição leva em conta que a Petrobras poderia valer R$ 93 como empresa privatizada. Por outro lado, a ação poderia recuar para R$ 13 como uma companhia com “problemas de gestão”.

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O cenário ruim, segundo o Bradesco BBI, considera ainda contas fiscais brasileiras “fora dos eixos” – o que, na avaliação do banco, justificaria um EV/Ebitda justo de 1,5x para 2023.

“Neste momento, o preço-alvo atribui uma chance de 50/50 de cada um desses cenários”, diz trecho do relatório assinado por Vicente Falanga e Ricardo França.

Dividendos

A geração de fluxo de caixa da Petrobras totalizou R$ 54,6 bilhões, superando a estimativa de US$ 9,5 bilhões do Bradesco BBI.

Como resultado, a empresa anunciou um dividendo de R$ 6,73 por ação, representando um dividend yield de aproximadamente 20% para o 2T22.

Enquanto os acionistas minoritários receberão R$ 55 bilhões em dividendos, o governo deve receber R$ 110 bilhões em impostos e dividendos relacionados ao trimestre.

“Embora os dividendos anunciados tenham superado a geração de caixa da empresa no 2T22, o pagamento é altamente compatível com o balanço futuro”, pontou o Bradesco BBI.

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