Petrobras (PETR4): Após bater meta de produção, o que esperar do futuro da estatal
Ao bater a meta de produção de 2022, a Petrobras (PETR3; PETR4) mostra que, “apesar de ser uma estatal e de todos os problemas que isso representa, possui corpo técnico com muita experiência e ativos de extrema qualidade e produtividade”, afirma o analista da Empiricus, Ruy Hungria.
Além disso, a petroleira traz mais confiança de que as metas dos próximos anos também podem ser superadas, destaca Hungria. Segundo o plano estratégico da Petrobras, a produção deve crescer cerca de 20% até 2027, para 3,1 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), com destaque para o pré-sal.
No ano passado, a produção total de óleo e gás da companhia foi de 2,684 milhões de boed, superando em 3,2% a meta de 2,600 milhões de boed. Apesar do otimismo, o valor é inferior ao registrado em 2021, quando atingiu 2,77 milhões de boed no total.
Em 2022, a produção comercial também superou o guidance, alcançando 2,361 milhões de boed, 2,7% acima da meta. No ano, a petroleira também bateu recordes de maior produção mensal de um único poço e maior produção mensal em uma plataforma do pré-sal.
Além disso, duas novas plataformas entraram em operação – a FPSO Guanabara e a P-71 – e as plataformas P-68 e FPSO Carioca atingiram a capacidade máxima de produção.
O que esperar da Petrobras em 2023?
Em 2023, as ações da Petrobras superam o desempenho do Ibovespa. Até o fechamento de terça-feira (17), as ações ordinárias da estatal, PETR3, valorizaram 10,43%, enquanto as preferenciais, PETR4, subiram 11,34%. Já o Ibovespa avançou 2% no mesmo período.
Para o analista da Empiricus, esse destaque é um sinal de que, mesmo com incertezas quanto à troca de governo, investimentos, dividendos e política de precificação, o pessimismo já está embutido aos preços atuais dos papéis.
Apesar de esperar que as ações continuem “pesadas” enquanto essas incertezas não se dissipam e já considerando uma piora na alocação de capital, Barbosa ainda vê oportunidades positivas de distribuição de dividendos nos próximos trimestres.
A visão do CIO da RPS Capital, Paolo di Sora, no entanto, destoa. No último episódio do Market Makers, o executivo afirma que o valuation atrativo da Petrobras não compensa o risco.
Para di Sora, alguns dos pontos que preocupam são a recompra de refinarias privatizadas, as mudanças na atual política de preços de paridade internacional (PPI) e os planos de investimento, que podem levar a diminuição de dividendos.