Comprar ou vender?

Petrobras (PETR4): Apesar de salto de 30% no semestre, é outra petroleira que ‘rouba coração’ de analistas; veja qual

04 jul 2023, 16:11 - atualizado em 04 jul 2023, 16:18
Petróleo
Petrobras perde para Prio na preferência de corretoras e bancos (Imagem: REUTERS/Sergei Karpukhin)

A Petrobras (PETR4) encerrou o primeiro semestre de 2023 em valorização de mais de 34%. No entanto, a petroleira não é a favorita entre analistas.

Apesar de pontuarem aspectos positivos para a estatal, as petroleiras juniores são vistas com bons olhos por especialistas do setor, em especial, a Prio (PRIO3).



Rafael Winalda, analista de equity research do Inter, avalia que no atual patamar do barril de petróleo, entre US$ 70 e US$ 80, tanto a Petrobras quanto as petroleiras juniores são rentáveis.

Winalda explica que a Petrobras consegue gerar caixa com o Brent nesse patamar, e há expectativas positivas para os resultados da petroleira. No entanto, pontua que não enxerga o investimento na estatal como o ideal para o momento.

Dessa forma, a tese de “compra” para a ação, sustentada por tês pilares — dentre eles, a política de preços, que se tornou um pilar sensível — foi rebaixada para “neutra”, apesar de vieses positivos para PETR4.

Em contrapartida, o analista pontua que uma exposição melhor hoje são as juniores, visto que estão em uma fase de crescimento elevada. Neste contexto, a Prio é apontada como a principal escolha do Inter no setor.

Em linha, Illan Arbetman, analista de equity research da Ativa Investimentosaponta PRIO3 como preferida em relação à PETR4.

Arbetman destaca que a Petrobras está exposta a riscos políticos que, na avaliação da corretora, não valem a pena ser tomados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Prio: a queridinha do setor

Além do Inter e Ativa Investimentos, a Prio é a top pick, ou seja, a ação preferida, da XP Investimentos, Bank of America (BofA) e Goldman Sachs.

Para o BofA, a Prio é a melhor escola no setor de exploração e produção (E&P). A recente elevação preço-alvo, para R$ 55, reflete o “forte potencial de valorização” dos papéis.

Os analistas do BofA acreditam que, no curto prazo, o estoque da companhia deve se beneficiar do fim da tributação sobre as exportações de petróleo. Além disso, veem potencial vindo do aumento da produção da recém-adquirida Albacora Leste e o start-up do campo Wahoo em 2024.

Em consonância, o Goldman Sachs reitera PRIO3 como a preferida no setor, destacando o bom histórico da companhia.

Por fim, a XP tem PRIO3 como top pick  devido a uma combinação de cinco fatores:

  • (i) excelente histórico de desempenho;
  • (ii) crescimento de Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização);
  • (iii) valuation descontado (taxa interna de retorno de 28%, upside de retorno total de 57% para o preço-alvo);
  • (iv) forte geração de fluxo de caixa livre; e
  • (v) potencial de maior consolidação no mercado offshore nos próximos anos.

E a Petrobras?

Rafael Winalda aponta que, ainda que o Inter tenha rebaixado a recomendação de Petrobras para neutro, em relação aos resultados e geração de caixa da companhia, a expectativa é de que permaneça em um patamar muito robusto.

Em relação às perspectivas para o futuro da petroleira, o analista explica que só é possível olhar com precisão para o futuro da companhia após a divulação do seu plano de diretrizes, o que deve ocorrer no fim deste ano. Dessa maneira, pontua que há expectativa quanto a isso, especialmente para ter clareza quanto ao cenário futuro.

O analista Illan Arbetman, da Ativa, estima novidades sobre a política de dividendos até o final de julho, enquanto até o fim do ano devem ser feitos anúncios sobre os investimentos.

“Em suma, a gente deve ver os dividendos darem lugar a investimentos mais fortes, e isso para a remuneração do minoritário não costuma ser interessante”, explica.

Já na visão da XP Investimentos, a Petrobras se aproxima de suas máximas de cinco anos, tanto em real quanto em dólar, e deve ter fluxo de caixa livre e dividend yield mais baixos a partir de 2024, embora ainda forte, enquanto as empresas menores devem ganhar um impulso na produção, reduzindo assim seus custos e aumentando a geração de caixa livre.