Combustíveis

Petrobras (PETR4): Analistas divergem sobre reajuste dos combustíveis e ministro descarta interferência do governo

22 jan 2025, 11:22 - atualizado em 22 jan 2025, 11:22
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Em 2023, a Petrobras abandonou a política de reajustes de preços dos combustíveis, baseada exclusivamente no PPI. (Imagem: Agência Petrobras)

A Petrobras (PETR4) permanece sem anunciar reajuste nos preços dos combustíveis e as especulações continuam. Parte dos analistas defende que a defasagem com os preços internacionais pode pressionar os resultados da empresa. Outros acreditam que o segmento de exportação pode compensar com o bom momento do petróleo.

Em meio ao receio por uma interferência do governo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou em Davos, no Fórum Econômico Mundial, que a Petrobras tem completa independência para decidir sobre preços, considerando o que será melhor para a saúde financeira da empresa.

Silveira ainda destacou que Magda Chambriard, atual presidente da estatal, “sabe que a Petrobras precisa ser atrativa para os investidores”. Por outro lado, de acordo com a Genial Investimentos, a questão impede a empresa de chegar a um patamar de avaliação mais interessante. 

“Conforme nossas estimativas, o preço médio praticado pelas refinarias da Petrobras foi de R$ 3,05/L para gasolina e R$ 3,68/L para diesel, sem alterações desde julho de 2024. Para que os preços estejam alinhados à paridade internacional, a gasolina e o diesel deveriam custar, no mínimo, R$ 3,19/L (+4,5%) e R$ 4,37/L (+18,75%)”, afirma a corretora.

Segundo o relatório diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que avalia o Preço de Paridade de Importação (PPI), a gasolina no Brasil está 11% mais barata que no mercado internacional. Já a defasagem do diesel chega a 21%.

Diante disso, a Genial acredita que a empresa deveria promover um reajuste de ao menos 10% a 15% no diesel. Os analistas destacam que o segmento de Refino, Transporte e Comercialização responde por cerca de 10% a 14% do Ebitda da empresa, portanto os resultados devem ser pressionados.

A recomendação da corretora neste momento é neutra, ou para manter o papel, o qual tem preço-alvo definido em R$ 48.

O que segura o reajuste dos combustíveis?

Para o BTG Pactual, a questão da defasagem representa mais um risco qualitativo do que quantitativo. “Mantemos nossa visão de que a Petrobras deve continuar apresentando um bom desempenho, (quase) independentemente de aumentos de preços, já que os preços macro spot atuais oferecem uma assimetria positiva às nossas projeções”, afirma.

Vale ressaltar que, em 2023, a Petrobras abandonou a política de reajustes baseada exclusivamente no PPI. Para a atual composição dos preços, a empresa introduziu uma estratégia de bandas de preço, oscilando entre seu custo de oportunidade (exportação) e o custo alternativo do cliente (importação).

Dessa forma, a empresa considera variáveis como a competitividade dos seus combustíveis em relação aos mercados interno e externo. “Como a estratégia exige que a Petrobras mantenha os preços dentro dessas bandas ao longo do ano-calendário, mudanças de preço se tornam mais prováveis quando os preços médios, ao longo de um período prolongado, se aproximam dos limites das bandas”, diz o BTG.

Segundo os analistas do banco, a empresa não deve ser impactada por interferências políticas quando tiver que reajustar preços. “O estatuto social da empresa e a Lei das Estatais são as razões primárias pelas quais a Petrobras continua ajustando seus preços, apesar do ruído político, o governo não conseguiu interferir nessas decisões de maneira a prejudicar a companhia”, afirmam.

O BTG vê assimetria positiva nos lucros em função dos preços do petróleo, câmbio e produção, além dos sólidos dividendos. Os analistas mantêm a Petrobras como sua “top pick”, com recomendação de compra e preço-alvo definido em R$ 58, um potencial de valorização de 55%.

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gustavo.silva@moneytimes.com.br
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