Economia

Petrobras (PETR4): Alta na gasolina pressiona futuro da inflação; confira impacto

08 jul 2024, 13:54 - atualizado em 08 jul 2024, 13:54
diesel imposto reoneracao combustivel fernando haddad anp gasolina etanol inflação
Projeção dos economistas apontam para um peso maior da gasolina na inflação dos próximos meses. (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A Petrobras (PETR3PETR4) anunciou, nesta segunda-feira (8), o seu primeiro reajuste no preço da gasolina gás de cozinha no ano e desde que Magda Chambriard assumiu a gestão da estatal.

Segundo a empresa, o litro da gasolina aumentará R$ 0,20, a R$ 3,01 — um reajuste de 7,11% –, enquanto o botijão do gás de cozinha de 13kg subirá R$ 3,10, passando a R$ 34,70 — alta de 9,6%.

Essa alta não deve passar despercebida pelo bolso dos consumidores. Conforme as estimativas de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o consumidor final sentira uma alta de 3,4% e 3,1%, respectivamente.

“Estimamos que a elevação chegará aos consumidores na segunda quinzena de julho, com primeiro impacto no IPCA fechado desse mesmo mês”, aponta em comentário para a imprensa.

Em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção é de que a alta na gasolina tenha um impacto de 0,17 ponto percentual, enquanto a do gás de cozinha seja de 0,04 pp.

“Por não contemplarmos nenhuma espécie de reajuste em nossas projeções do IPCA deste ano, a perspectiva de 2024 subiu de 4,0% para 4,2%”, afirma Sanchez.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), antes do reajuste, havia a necessidade de elevação no preço da gasolina em 18%. Isso significa que, após o reajuste, ainda faltaria cerca de 10% para zerar a defasagem deste combustível. Nas contas da Ativa, caso a Petrobras venha a zerar a defasagem da gasolina, o impacto na inflação será de +0,25 pp.

Já Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, o reajuste anunciado hoje significa aumento em torno de 2,50% na bomba, com impacto total no IPCA de 0,13 pp, sendo 0,09 pp no indicador de julho.

O reajuste do gás de cozinha tem um efeito de 0,05 pp na inflação, sendo que as projeções da Ativa para o índice cheio no ano passaram de 4,10% para 4,28%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veja o que esperar da inflação de junho

Vale lembrar que o IPCA de junho será divulgado na quarta-feira (10) e não sofrerá os efeitos da alta nos combustíveis. No entanto, o mercado está de olho no indicador, que pode ser impactado pela disparada recente do dólar, e define os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom).

Os economistas ouvidos pelo Banco Central cortaram a projeção para a inflação de junho de 0,33% para 0,32%, conforme mostra o Relatório Focus desta segunda-feira (8).

Na última semana do mês passado, a prévia da inflação subiu 0,39%. O número indica uma desaceleração em relação à alta de 0,44% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de maio.