Petrobras (PETR4): ‘Acima de R$ 40 não vale a pena’; Gestor vê mercado sem benefício da dúvida para Magda Chambriard
O mercado não deve dar o benefício da dúvida à CEO indicada pelo governo para comandar a Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, avalia o gestor da Finacap, Luiz Fernando, em entrevista ao Money Times.
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Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) durante o governo de Dilma Rousseff, é avaliada com ceticismo por parte do mercado. O temor é que sua possível gestão passe a priorizar investimentos com pouco retorno, como a construção de refinarias e o fortalecimento da indústria naval.
“O nível de incerteza é alto. Ela tem experiência junto à ANP, conhece o setor, mas não tem track record de executivo de petroleira. É uma incógnita. O mercado testará até que ponto ela está alinhada com o governo, se ela vai priorizar uma linha de projetos que não criam valor para o negócio”, observa.
Apesar disso, Luiz Fernando lembra que a empresa criou uma série de mecanismos para ‘blindar’ a governança corporativa e que mudanças precisam passar por estudos.
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“Todos os governos tinham essa pressão política. Inclusive o Bolsonaro substituiu vários CEOs ao longo do mandato. Porém, todos os substituídos mantiveram a linha de responsabilidade e alinhamento com os acionistas e com os próprios interesses com a empresa”, observa.
Nos últimos 5 anos, oito presidentes, incluindo interinos, passaram pela cadeira.
E os dividendos da Petrobras?
Segundo Luiz Fernando, se a Petrobras quiser ‘drenar’ a geração de caixa para investimentos, terá que realizar uma série de estudos que levarão tempo.
“Têm várias linhas de aprovação que precisam ser vencidas que não vão acontecer no curto prazo. E o que vai fazer com a distribuição? Vai continuar retendo caixa? Não é algo simples, é realmente uma incógnita”, coloca.
Além de atrair acionistas, os gordos dividendos também auxiliam o governo a fechar as contas. Dos R$ 22 bilhões de dividendos extraordinários, a União recebeu R$ 12 bilhões.
Financap já vem diminuindo Petrobras
Luiz Fernando conta que a gestora vendeu Petrobras nos últimos meses devido ao preço e a possíveis interferências políticas da estatal. A posição, que chegou a ser de 15%, hoje está em 3%.
“Toda a nossa avaliação da Petrobras é sempre em cima do preço e o risco. Até R$ 35, nos estávamos mantendo. Quando ela passou de R$ 40, a gente achou que não valia mais a pena por conta dessa expectativa de possibilidade de interferência política mais forte”, coloca.
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Questionado o que a gestora cogita fazer com a posição, Luiz Fernando afirma que é preciso cautela e não se deixar contaminar pelo calor do momento.
“Acima de R$ 40, realmente, a equação não fica favorável dado o risco político. É possível até que a gente diminua, assim como a gente pode aumentar se cair muito. Somos bem pragmáticos”, explica.
Por volta das 14h, o papel preferencial da companhia derretia 6,53%.