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Petrobras (PETR4): Ação poderia subir muito com privatização; “Sonho de qualquer investidor”

12 maio 2022, 17:31 - atualizado em 12 maio 2022, 17:33
Petrobras (PETR4)
Privatização da Petrobras agrada investidores, pois retira o risco político da companhia (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A privatização da Petrobras (PETR3PETR4) “é o sonho de qualquer investidor”, afirma o analista da casa de análises Top Gain, Sidney Lima. Segundo ele, as empresas privadas são tidas pelo mercado como “mais eficientes” em sua gestão.

Bruno Madruga, sócio e head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, diz que o processo agrada, principalmente, os investidores estrangeiros, pois retira o risco político da companhia.

A discussão sobre a desestatização da companhia voltou às manchetes nesta semana, reacendendo a ruidosa polêmica sobre o tema.

Na quarta-feira (11), o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que seu primeiro ato à frente do cargo será uma solicitação ao ministro da Economia, Paulo Guedes para que se iniciem os estudos sobre a desestatização da Petrobras.

Já na manhã desta quinta (12), os ministros se reuniram para discutir o início de estudos para privatização da estatal, conforme agenda oficial divulgada pela Economia.

Para o analista da Top Gain, Sachsida se posicionou, em seu discurso, de acordo com os desejos intensos do mercado. Entretanto, Lima diz que, se existe algo completamente improvável, é que esta privatização se concretize no curto ou médio prazo.

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Privatização da Petrobras

A privatização da Petrobras ganhou destaque nos últimos meses. Em diversos momentos do mandato de Jair Bolsonaro, como durante a disparada do preço dos combustíveis, o presidente se mostrou a favor de fatiar a companhia para então privatizá-la.

Agora, com a fala do novo ministro de Minas e Energia, o assunto voltou às manchetes.

Segundo Lima, da Top Gain, o fato da sociedade ter uma relação direta de dependência com a Petrobras faz com que a companhia seja central para a política brasileira.

“Entra governo, sai governo e o discurso [sobre a privatização] volta à tona, o que, na minha opinião, não ocorrerá tão cedo, muito menos em ano eleitoral e com a empresa sendo centro das atenções no contexto inflacionário que afeta o país”, afirma Lima.

A privatização é boa para o investidor?

Além de ser “o sonho de qualquer investidor”, como afirma o analista da Top Gain, a privatização da Petrobras traria um aumento relevante no preço das ações, diz Flávio Conde, analista da Levante Investimentos.

De acordo com Conde, esse aumento pode ser explicado pelo fato dos papéis da companhia serem negociados em um preço/lucro (P/L) de quatro vezes, enquanto a ExxonMobil (EXXO34), por exemplo, negocia a 15 vezes.

“Não que ela vá para o 15 vezes o lucro, mas não ficaria em 4 vezes. A Petrobras negocia com um dos menores múltiplos da história”, destaca.

Além disso, Madruga, da Monte Bravo, diz que a privatização agrada os investidores, pois esses passam a ter uma maior participação na tomada de decisão, além de trazer uma menor atuação política dentro da gestão da empresa.

Exemplificando a questão de interferência na gestão, o analista lembra da troca de presidentes da Petrobras. A petrolífera, como estatal, teve 40 CEOs em 69 anos.

“As estatais têm cerca de 4 presidentes a cada ano, enquanto os presidentes de empresas privadas ficam no cargo, em média, de 10 a 15 anos”, diz.

Madruga ainda ressalta que o mercado vê com bons olhos qualquer tipo de privatização de empresas, desde que sejam bem geridas e continuem gerando lucro.

*Por: Giovana Leal e Renan Dantas

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