Petrobras (PETR4): Ação não está barata em ‘muitos cenários prováveis’, diz BTG
As ações da Petrobras (PETR4) não estão “baratas o suficiente”, apesar do suporte que os dividendos (ainda que menores) poderiam oferecer para a tese da estatal, avalia o BTG Pactual.
O banco reiterou a classificação “neutro” para as ações, com preço-alvo de R$ 35,70, após a aprovação de Jean Paul Prates pelo conselho de administração para ser o novo presidente da Petrobras.
Apesar de esperada a aprovação, o investidor parece ter reduzido sua confiança de que a atual diretoria executiva fornecerá os freios e contrapesos que os investidores esperavam, diz o BTG.
Para analistas, isso abre espaço para mais ruído sobre a possibilidade de mudança da política de preços, de remuneração aos acionistas e do plano de investimentos (que pode ganhar maior enfoque com a nova gestão).
“A incapacidade geral de traçar uma estratégia clara para a empresa prejudicou a capacidade do mercado de chegar a uma conclusão sobre os atuais múltiplos justos da ação”, afirmam os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Bruno Lima, em relatório publicado nesta sexta-feira (27).
Ação não está barata
Na avaliação do BTG, a ação não está barata “em muitos cenários prováveis”.
Pelo cenário-base da instituição, a Petrobras deve retornar ao modo de crescimento, reduzindo o pagamento de dividendos daqui para frente.
Atualmente, a política de dividendos da companhia considera 60% do fluxo de caixa operacional menos capex, o que implicaria um dividend yield de 23% em 2023, segundo o BTG.
Em caso de mudança na política de distribuição de dividendos da Petrobras para um payout menor, o BTG supõe que a estatal distribuirá entre 25-50% dos lucros em 2023, o que implicaria um dividend yield de 9-19%.
“Poderia oferecer um suporte relevante para a história, mas não está muito longe de muitos de seus pares globais e outros nomes de commodities no Brasil”, comentam os analistas. Para base de comparação, Soares, Duarte e Lima mencionam que a Vale (VALE3) está negociando perto de 10-11%.
Para o BTG, a chegada de gringos na Bolsa brasileira e os preços do petróleo ainda elevados são os principais gatilhos para uma boa performance das ações da Petrobras. Isso funciona, mas não por muito tempo, avalia.
“Notamos que os altos preços do petróleo acabarão por aumentar as pressões sobre os preços dos combustíveis no Brasil, consequentemente aumentando o ruído político em torno da política de preços de combustíveis da empresa”, explicam Soares, Duarte e Lima.
Os analistas reforçam que apostar na Petrobras agora é “extremamente arriscado”.