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Petrobras (PETR4): A data para fim de política de preços (e dos dividendos gordos)

24 fev 2023, 19:52 - atualizado em 24 fev 2023, 22:04
Gleisi Hoffmann
(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A presidente do PT e deputada federal Gleise Hoffmann voltou a criticar a política de preços da Petrobras (PETR3;PETR4) e os dividendos e afirmou que será possível uma mudança a partir de abril, quando a nova direção indicada pelo governo federal assume.

“Nosso desafio é equilibrar uma política de preços mais justa com a geração de caixa necessária p/ retomar e impulsionar os investimentos da Petrobrás, fundamentais p/ o crescimento da economia, geração de empregos e de oportunidades. Isso também será possível a partir de abril”, colocou.

Para ela, a política de preços atual, implantada pelo “golpe”, faz o povo pagar em dólares por gasolina e diesel que são produzidos aqui no Brasil em reais.

“A tal PPI (política de paridade internacional) sempre foi inflacionária e só favorece a indecente distribuição de lucros e dividendos da Petrobrás. Isso também tem de mudar”, coloca.

Veja a sequência:

As falas da deputada foram suficientes para aprofundar a queda da Petrobras, que fecharam em desvalorização 2,18%, a R$ 25,97, na bolsa.

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Fundo de estabilização da Petrobras

Pedro Rodrigues, sócio da CBIE Advisory, lembra que a Lei das Estatais impede uma intervenção direta do governo. “O governo teria que indenizar a empresa por uso politico.”

Ele aponta que uma mudança com certeza vai acontecer, mas ainda não está clara qual. A Petrobras, por exemplo, poderia vender os combustíveis pelo preço de custos e driblaria a Lei das Estatais porque, oficialmente, não estaria perdendo dinheiro.

Pedro ainda afirma que o problema da criação de um fundo seria o tamanho do recurso e se ele valeria para gasolina e para o diesel, ou para apenas um dos combustíveis.

Além disso, o UBS BB estima que um fundo de estabilização para suavizar os preços dos combustíveis no Brasil criara um déficit entre US$ 46 bilhões e US$ 175 bilhões entre 2023 e 2027.

Outra questão é que, no Brasil, existem outras refinarias e importadores independentes, o que deixa o mecanismo de controle de preço mais complexo.

Com Juliana América