Petrobras (PETR4) no 3T22: O que esperar de resultados e dividendos
A Petrobras (PETR4) deve apresentar um balanço do terceiro trimestre (3T22) com resultados ainda fortes, mas o volume do pagamento de dividendos é incerto, dizem analistas do mercado.
Isso porque a estatal anunciou em julho a antecipação de cerca de R$ 87,8 bilhões em proventos. Mais de um terço do valor foi para a União, principal acionista da empresa.
Analistas destacam que os números do terceiro trimestre refletirão um período marcado pelo petróleo oscilando entre US$ 87 e US$ 111 e o dólar entre R$ 5,33 e R$ 5,41, patamares historicamente elevados.
Mediana de projeções reunidas pela Bloomberg aponta para um lucro de R$ 45,2 bilhões, o que representaria uma alta de 45% na base anual e uma queda de 16% em relação ao segundo trimestre.
A petroleira divulga seus resultados no dia 3 de novembro, após o fechamento do mercado.
O gestor de renda variável da Daycovall Asset, Anand Kishore, destaca que a Petrobras não apresentará resultados com grande efeito de defasagem entre o preço cobrado pela estatal e o mercado internacional.
Afinal, lembra, a cotação do petróleo tipo Brent entre o início e o fim do trimestre teve variação para baixo – ou seja, a empresa não teve que segurar reajustes dos combustíveis para cima por pressão política.
Em um período que corresponde ao balanço do quarto trimestre, a estatal reconheceu que tem demorado mais para repassar a alta da petróleo do que quando teve de refletir a baixa.
Para o analista da Top Gain Sidney Lima, a Petrobras não vai conseguir aumentar os preços ainda no quarto trimestre sem prejudicar as margens, caso os preços no mercado internacional se mantenham no nível atual.
Lima vê, inclusive, margens já menores no terceiro trimestre porque, avalia, a empresa foi rápida em repassar a baixa do preço do petróleo – ao contrário do que fez em períodos anteriores, diz. “A ‘gordura’ que a companhia tinha diminuiu”.
Dividendos da Petrobras
O analista da Top Gain diz acreditar em um novo anúncio de pagamento de dividendos, embora não tão vultosos como os mais recentes.
“[O pagamento recorrente de proventos acabou se tornando uma característica dessa gestão do conselho [de administração]”, afirma.
Julia Monteiro, da MyCap, comenta que tem dúvidas sobre os valores que podem ser pagos pela estatal no trimestre, mas avalia que o rendimento de dividendos continuará sendo “bom”.
Para ela, o preço de venda do petróleo e de derivados estão ainda em patamares elevados se comparados ao custo de extração.
Monteiro cita a maior participação do pré-sal como um dos destaques do balanço. Por outro lado, diz, a Selic mais alta deve implicar em maior despesa financeira por conta de dívidas indexadas à taxa básica de juros.
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