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Petrobras (PETR3;PETR4): Petroleiros iniciam paralisações nesta sexta-feira (27)

27 out 2023, 11:37 - atualizado em 27 out 2023, 11:37
Petrobras
Petroleiros começam hoje uma série de paralisações nas unidades da Petrobras em todo o Brasil (Imagem: Agência Petrobras)

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, junto com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), começam nesta sexta-feira (27) uma série de paralisações nas unidades da estatal em todo o Brasil.

O movimento é uma resposta à contraproposta da estatal para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), amplamente rejeitada pela categoria em assembleia realizada no dia 18 de setembro.

Conforme comunicado, as paralisações começarão nas refinarias e usinas termelétricas (UTEs) e prosseguirão na semana seguinte, com paradas nas subsidiárias na segunda-feira (30), nas unidades administrativas na terça-feira (31) e nas bases de Exploração e Produção na quarta-feira (1).

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Reivindicações dos petroleiros da Petrobras

Entre as reivindicações está um reajuste de 3,8% de reposição das perdas passadas e equiparação entre as tabelas salariais da Petrobras e das subsidiárias, bem como ganho real de 3%. Contudo, a proposta da estatal é de um ganho real de 1% além da reposição da inflação, que já foi antecipada, totalizando 5,66% de reajuste.

A Federação destaca que entre as questões consideradas prioritárias para a categoria estão:

  • Resgate da AMS (plano de saúde) e da Petros (previdência complementar);
  • Preservação da vida dos trabalhadores impactados pelas transferências compulsórias;
  • Construção de uma política justa e transparente de recomposição dos efetivos com concurso público;
  • Pagamento das horas-extras antes da gestão bolsonarista, regramento do teletrabalho, anistia de sindicalistas e grevistas demitidos no governo anterior;
  • Proteção dos empregos;
  • Garantia de condições seguras de trabalho e de melhoria da qualidade de vida nas unidades industriais;
  • Fim dos afretamentos de plataformas e navios.

O comunicado esclarece que a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) estão realizando reuniões conjuntas com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), buscando avanços nesses pontos.

Críticas ao governo anterior

Apesar das reuniões com a Sest, a FUP afirma que nenhuma solução foi dada para que, por negociação coletiva, houvesse recuperação dos direitos perdidos na última gestão.

Em nota, a FUP destaca que a Petrobras distribuiu, nos anos de 2021 e 2022, mais de R$ 380 bilhões em dividendos.

“Não dá para aceitar que uma empresa desse porte, com resultados extraordinários, continue sacrificando os trabalhadores para enriquecer acionistas”, argumenta Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação.

Segundo ele, o projeto do governo anterior, focado na geração de rentabilidade máxima para o mercado financeiro, teve consequências “nefastas para o país e para os trabalhadores, gerando passivos humanitários jamais vistos na Petrobras”.

“Houve um desmonte da AMS no último governo, além de redução dos efetivos, retirada de direitos, transferências compulsórias que levaram muitos trabalhadores ao adoecimento mental e físico. Estamos sob nova gestão, é essencial que esses danos sejam reparados”, finaliza Bacelar.