Petrobras (PETR3;PETR4) virou ‘máquina’ de dividendos desde 2021, e governo é quem mais se beneficia; entenda
A Petrobras (PETR3;PETR4) distribuiu um total de R$ 448,6 bilhões em proventos entre 2019 e o segundo trimestre de 2024, mostra levantamento elaborado pela Quantum Finance. No período, a maior parte do montante foi destinada aos acionistas detentores de ações ordinárias (ON) da companhia.
Vale lembrar que as ações ordinárias são aquelas que concedem ao investidor direito a voto em assembleias de acionistas, enquanto as preferenciais (PN) concedem prioridade na distribuição de dividendos e no recebimento de ativos em caso de falência.
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No período entre 2019 e 2022, sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram pagos R$ 302,7 bilhões em proventos, sendo R$ 172 bilhões destinados para ações ordinárias e R$ 130 bilhões para as preferenciais, mostra o levantamento.
Entre 2023 e o segundo trimestre de 2024, durante o terceiro governo Lula, foram pagos R$ 145,9 bilhões, sendo R$ 83,2 bilhões para os acionistas detentores de ações ordinárias e R$ 62,6 bilhões para os que possuem ações preferenciais.
Com a maioria dos proventos nos últimos seis anos distribuídos para acionistas ordinários em detrimento dos preferenciais, uma boa parte dos lucros vem sendo destinada aos cofres do Tesouro Nacional. Tendo em vista que a União detém 50,26% das ações ON, de todo provento pago para acionistas ordinários, metade vai para a União.
Do lado das preferenciais, o BNDES e BNDESPar, somados, possuem 18,5% das ações PN disponíveis.
Os últimos seis anos dos proventos da Petrobras
O governo Jair Bolsonaro foi marcado pela pandemia, em que a Petrobras viveu período turbulento. Em 2020, quando a crise sanitária estourou, apenas no último trimestre do ano a estatal registrou lucro. No período, foram pagos R$ 1,74 bilhão em proventos.
O jogo virou em 2022, quando a Petrobras pagou R$ 218,3 bilhões em proventos. Dos R$ 302,7 bilhões pagos durante a gestão Bolsonaro, 72% foram distribuídos apenas no último ano.
A chegada de um terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva levantou dúvidas no mercado sobre a continuidade da distribuição de bons proventos, o que foi acentuado com a troca de comando na estatal.
No entanto, a comunicação da CEO Magda Chambriard vem indicando continuidade da estratégia, com a coexistência de aumento responsável dos investimentos e distribuição de dividendos, desde que haja disponibilidade de caixa sobrando.