Petrobras participa de discussão sobre vale-gás, mas não é ‘ator principal’, diz CEO
A Petrobras (PETR4) participa das discussões com o governo a respeito da criação de um chamado vale-gás, que beneficiaria famílias carentes, mas a companhia não é o “ator principal” do processo, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo da estatal.
“Nós participamos dessa discussão junto com o governo, mas esse tema está sendo conduzido pelo Ministério das Minas e Energia… A nada somos indiferentes, temos atividade e responsabilidade social dentro da empresa, mas não somos o ator principal dessa condução desse processo”, disse Joaquim Silva e Luna a jornalistas, em Brasília.
Na semana passada, em entrevista a um canal de televisão, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que Petrobras tem uma reserva de 3 bilhões de reais para custear as despesas com o pagamento de um vale-gás para a população de baixa renda, no momento em que o governo tem sido alvo de críticas em razão do elevado preço do produto.
Em entrevista no Palácio do Planalto nesta quinta, Luna foi questionado sobre como funcionaria o benefício e se dividendos da Petrobras recebidos pela União poderiam ser utilizados.
“Eu não sei. Esse (recurso) aí faz parte de dividendos, é um compromisso da empresa de entregar dividendos. Está repassando. Agora, como o acionista majoritário é o governo, ele recebe (a fatia) maior. Mas seria o governo quem define como fazer”, disse.
Em nota publicada mais tarde nesta quinta-feira, a Petrobras reiterou que não há definição quanto à implementação e o montante de participação em eventuais programas, reafirmando que a companhia “não conduz tal processo, mas contribui para as discussões”.
“Como informado anteriormente, qualquer decisão estará sujeita à governança de aprovação e em conformidade com as políticas internas da Companhia”, disse.
Mais cedo, ao ser questionado por analistas, o diretor de Comercialização e Logística da estatal, Cláudio Mastella, disse que a Petrobras também tem contribuído com o governo nas discussões sobre um fundo de estabilização dos preços de combustíveis, apesar de ter a avaliação de que as cotações da empresa devem seguir parâmetros de mercado.