Petrobras ganha mais com a queda dos preços internacionais da gasolina do que com o petróleo
A Petrobras (PETR4) assiste aliviada a derrocada de todas as referências de preços do petróleo, mais ainda a da gasolina. A essa altura, com o governo Bolsonaro pressionando-a a rever sua política de preços, é melhor ganhar na importação e perder nas exportações.
Não é apenas no óleo cru em baixa que a Petrobras folga suas despesas, mas na importação de derivados, que disparou no 3º trimestre, para 285 mil barris dia, contra 222 mbd do trimestre anterior (e 160 mbp no 1º tri), segundo balanço da companhia. No trimestre atual não deverá ser diferente.
Como a gasolina é o principal produto importado, dados os gargalos das refinarias, a principal referência na formação de preços é a gasolina RBOB, derivativo negociado em Nova York.
O contrato opera em quase 4,50% a menos, a US$ 1,9395 o galão para entrega em janeiro, próximo das 14h40 (Brasília).
Em Londres, o barril do Brent caminha para fechar em US$ 68 e US$ 69, com queda variando em torno dos 5,50%.
No 3º trimestre, a média de importação de petróleo foi de 130 contra 120 do período imediatamente anterior.
E tanto faz, também, se os recuos são mais por conta da variante ômicron, pesando sobre as expectativas de consumo, ou se sentem o peso da coalização formada pelos Estados Unidos para liberação de parte de suas reservas.
Biden liberou 50 milhões de barris e pensa em mais 30 milhões; China, Japão e Coreia do Sul concordaram com a proposta, em desafio aos produtores da Opep+ (que se reúne esta semana) a aumentarem a produção.