Petrobras: esqueça o prejuízo; mercado quer ver caixa robusto virar dividendos
Esqueça o prejuízo de R$ 1,5 bilhão, divulgado pela Petrobras (PETR3; PETR4) ontem à noite (28). O que animou os analistas foram os R$ 33,4 bilhões de ebitda, importante referência de geração de caixa.
A cifra ficou acima de todas as estimativas e reforçou a avaliação de que a estatal será uma grande pagadora de dividendos nos próximos anos.
Vicente Falanga e Ricardo França, que assinam o comentário da Ágora, vão direto ao ponto, ao indagaram: “o que você [Petrobras] fará com toda essa geração de caixa?”
A dupla observa que o rendimento do fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE, na sigla em inglês) foi de 12% no terceiro trimestre. No acumulado do ano, chega a 25%.
A Ágora acrescenta que, diante desse desempenho, é compreensível que a Petrobras tenha flexibilizado sua política de pagamento de dividendos, e permite pensar, inclusive, numa distribuição de lucros no curto prazo.
Foco no que importa
O Banco Safra atribui o forte ebitda à mudança estratégica da estatal, que passou a focar na maximização da geração de valor, e não no aumento da produção. Conrado Vegner e Victor Chen, que assinam o relatório do banco, acrescentam que o fortalecimento do caixa ajudou a reduzir a dívida líquida.
Papel | Recomendação | Preço-alvo (R$/ação) | |
---|---|---|---|
Mirae | PETR4 | Compra | 29,26 |
Banco Safra | PETR3 | Outperform | 29,7 |
Banco Safra | PETR4 | Outperform | 28,5 |
XP Investimentos | PETR3 | Compra | 29 |
XP Investimentos | PETR4 | Compra | 30 |
A dupla do Safra pondera que, no curto prazo, a forte volatilidade da cotação do petróleo deve limitar o potencial de alta das ações da Petrobras. Os analistas, contudo, reiteram sua confiança de que, à medida que a nova estratégia da companhia gerar resultados, a percepção positiva do mercado tende a crescer.
Na XP Investimentos, Gabriel Francisco e Maira Maldonado afirmam que o terceiro trimestre confirmou que a Petrobras está se tornando mais resiliente a cenários de baixa cotação do petróleo, como o vivido nos últimos meses.
Resistência
Essa resiliência é assentada sobre dois pilares, segundo os analistas: o gradual aumento da produção do pré-sal, que dilui os custos de extração e produção; e as medidas gerais de controle de custos e despesas.
Tudo somado, apenas a Ágora não informou sua recomendação e preço-alvo, ao se manifestar sobre a Petrobras. As demais instituições mantiveram recomendações bastante positivas, seja de compra ou outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), seja no potencial de alta estimado.
Veja o release de resultados da Petrobras.