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Petrobras e estrangeiras podem levar novas áreas em Atapu e Sépia, diz Wood Mackenzie

28 maio 2021, 14:13 - atualizado em 28 maio 2021, 14:13
Plataforma Petrobras
A Petrobras poderia negociar com seus parceiros lances acima dos valores mínimos para evitar a concorrência, aponta a Wood Mackenzie (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

As gigantes do petróleo estão reavaliando duas áreas do pré-sal que ficaram sem interessados no leilão de 2019 após a decisão do governo de reduzir em 70% o bônus de assinatura em uma nova concessão.

O governo deve divulgar em junho as diretrizes para o leilão das áreas nos campos de Atapu e Sépia e espera que as negociações com as petroleiras estrangeiras “se intensifiquem nos próximos meses”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em entrevista.

O Brasil quer viabilizar a exploração de suas enormes reservas de óleo e gás no pré-sal, onde projetos podem levar anos para começar a produzir, antes que o valor desses ativos seja comprometido pela transição energética. O governo espera arrecadar cerca de R$ 11 bilhões em bônus de assinatura para os dois blocos, uma meta mais modesta que a de quase R$ 37 bilhões de dois anos atrás.

Galp
No campo de Sépia, a Galp é a única parceira atualmente da Petrobras (Imagem: Reuters)

“Entendemos que o mais importante para o Brasil neste momento, para este leilão, são os investimentos que serão feitos e o retorno obtido”, disse Albuquerque. “Estamos conversando com todos, e todos estão procurando.”

A Petrobras já produz no campo de Atapu e espera extrair o primeiro óleo em Sépia neste ano, reduzindo qualquer risco de exploração na área adjacente que o Brasil oferecerá em dezembro. Os atuais parceiros da Petrobras (PETR3; PETR4) no Atapu são Galp Energia, Total e Royal Dutch Shell. No Sépia, a Galp é o único parceiro.

Faz sentido ter os mesmos grupos nos dois lados de cada campo, e a Petrobras poderia negociar com seus parceiros lances acima dos valores mínimos para evitar a concorrência, disse Marcelo de Assis, chefe de pesquisa upstream latino-americana da consultoria Wood Mackenzie.

O Brasil também quer acabar com o modelo de partilha, considerado mais oneroso, em futuras rodadas de licitações e retomar um regime de concessão mais simples e de maior aceitação entre produtores de petróleo, disse Albuquerque. O governo tem pressionado o Congresso para fazer essas mudanças, o que pode acontecer em meados deste ano, afirmou.

“Precisamos de um regime mais acessível que traga mais atividade”, disse. “O Brasil é um país em desenvolvimento, vai retomar o crescimento econômico. Sua economia vai ser dinâmica e vai precisar desse petróleo.”

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