Ação da Petrobras dispara 14% e sustenta ligeira alta do Ibovespa
A bolsa brasileira fechou o pregão desta terça-feira (29) com ligeira alta de 0,95%, aos 76.071 pontos, com o Ibovespa (IBOV) – principal índice acionário da B3 (B3SA3) – registrando ganhos pela primeira vez após quatro sessões seguidas de perdas. O movimento foi estimulado pela forte recuperação nas ações da Petrobras (PETR3; PETR4). O volume financeiro somou R$ 15,791 bilhões.
Os papéis da estatal brasileira recuperaram parte das fortes perdas observadas nas últimas sessões, com os investidores reavaliando as perspectivas da empresa após os sinais de redução na greve dos caminhoneiros e a manutenção da política de preços da companhia, mesmo que com subsídios do governo para o diesel.
As ações preferenciais avançaram 14,13%, terminando o dia cotadas a R$ 19,30, enquanto as ordinárias subiram 12,38%, negociadas a R$ 22,24. É o primeiro dia em que os ativos da petrolífera registram ganhos após oito quedas consecutivas, período em que acumularam desvalorização de quase 40%.
Segundo analistas, apesar do avanço visto hoje, as incertezas que cercam a companhia continuam elevadas, principalmente no que diz respeito à política de preços. Nesta terça-feira, o presidente da estatal, Pedro Parente, destacou durante teleconferência com investidores que a atual queda nas ações não reflete a realidade da empresa, indicando a possibilidade na mudança na política de preços, sem afetar a parte econômica da companhia.
Para o executivo, as recentes quedas nas ações da estatal mostram uma falta de entendimento dos investidores da atual situação da companhia. Segundo ele, a petroleira está imune a qualquer mudança na metodologia de precificação dos combustíveis, uma vez que o benefício econômico da companhia está garantido.
Destaques
As ações das principais distribuidoras de combustíveis do país acompanharam o ritmo da Petrobras e também fecharam o dia com ganhos, principalmente pela perspectiva de melhora no abastecimento de combustíveis. Os papéis da Ultrapar (UGPA3) subiram 6,04%, negociados a R$ 50,00, enquanto os ativos da BR Distribuidora (BRDT3) encerraram o pregão com alta de 7,03%.
Em terreno negativo, destaque para as ações da Suzano Papel e Celulose (SUZB3) – que registraram o pior desempenho da sessão. A queda foi de 3,96%, fechando a R$ 43,22 e refletindo à notícia de que a companhia, diante do recuo de preços nos mercados emergentes, poderá elevar a uma menor emissão de títulos globais.
As ações da BRF (BRFS3) terminaram o dia com queda de 3,64%, principalmente em meio ao forte impacto para o setor de proteínas em razão da greve dos caminhoneiros. De acordo com informações da Reuters, o Morgan Stanley iniciou a cobertura das ações da companhia com classificação ‘underweight‘ e preço-alvo de R$ 18 reais. “É muito cedo para comprar a recuperação de BRF”, escreveram os analistas.