Petrobras: ações baratas e mais dividendos; vale o risco?
A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou fortes números no primeiro trimestre, puxado pela alta do petróleo. Apesar disso, muitas dúvidas ainda pesam contra as ações da companhia.
No período, a estatal lucrou R$ 1,17 bilhão. O Ebitda, que mede o resultado operacional, recorrente ficou em R$ 47,7 bilhões, em linha com as estimativas do Bradesco BBI.
O resultado, no entanto, caiu ante o lucro líquido recorde registrado no quarto trimestre, de R$ 59,9 bilhões, quando muitas das baixas contábeis pelos preços do petróleo foram revertidas, uma vez que o mercado se recuperou.
A Petrobras ainda citou, para explicar o lucro, o impacto da variação cambial no resultado e às reversões de impairment e dos gastos passados com o plano de saúde.
A Ágora Investimentos destaca que a companhia está a US$ 11 bilhões de distância de cumprir sua meta de dívida bruta de US$ 60 bilhões, o que desencadearia uma política de dividendos mais alta.
“Com FCFE (Fluxo de Caixa Livre para o Patrimônio Líquido) esperado para o resto do ano, juntamente com poucas vendas de ativos adicionais (BR, Albacora, RLAM), acreditamos que a empresa poderia chegar a essa meta. A única questão é se este novo conselho e a gestão manterá esta política”, afirmam os analistas Vicente Falanga e Ricardo França.
Para eles, neste momento, embora os resultados tenham sido excelentes, o mercado estará mais interessado em entender o caminho a ser percorrido pela nova gestão.
A visão é reforçada pelo BTG Pactual. Segundo a corretora, as ações estão baratas, mas por um bom motivo.
“Argumentamos que estaríamos prontos para revisitar nossa posição assim que tivéssemos evidências do compromisso da Petrobras com uma estratégia racional e livre de intervenção”, dizem os analistas Thiago Duarte, Pedro Soares e Luiz Temporini.
Desinvestimentos
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou em mensagem gravada para a teleconferência de resultados que a empresa está desinvestindo para investir “mais e melhor”, concentrando esforços em plantas de refino próximas ao pré-sal.
Pelo plano da Petrobras, ela deverá vender cerca de metade de sua capacidade de refino, mantendo os ativos no Sudeste, principal centro consumidor.
Veja as recomendações:
Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
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Ágora | Neutra | R$ 32 |
BTG | Neutra | R$ 29 |