PETR4, PRIO3, RRRP3: Qual empresa leva a pior com taxação de exportação de petróleo?
As petroleiras brasileiras reagiram mal aos últimos anúncios do governo sobre impostos. Nesta quarta-feira (1º), alguns papéis de óleo e gás ajudaram a jogar o Ibovespa para baixo, com 3R Petroleum (RRRP3) respondendo por boa parte da onda vermelha do setor.
As ações da companhia derreteram mais de 10% hoje. PRIO (PRIO3) e Petrobras (PETR4) também chegaram a cair forte, mas se recuperaram, com a primeira empresa fechando em queda de 0,95% e a estatal mostrando leve alta de 0,24%.
O mercado digere a notícia de que o governo quer taxar a exportação de petróleo bruto no Brasil pelo período de quatro meses.
Além do anúncio do imposto sobre as exportações de petróleo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou ontem à noite que a reoneração da gasolina terá aumento de R$ 0,47 o litro, enquanto o etanol terá alta de R$ 0,02.
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Na avaliação da XP Investimentos, as decisões sobre os impostos devem causar uma “reação feroz” das petroleiras nos próximos meses, desencadeando uma corrida para armazenagem.
A corretora comenta que as empresas tentarão adiar ao máximo as exportações, “esperando que esses impostos não se tornem permanentes”.
Mas até mesmo os impostos temporários acabam trazendo efeitos mais duradouros, avalia a XP. Analistas explicam que, mesmo se o Brasil acabar com impostos permanentes de exportação de petróleo, o preço interno será afetado ao longo do tempo.
“Como o Brasil é um exportador líquido de petróleo bruto (exportações líquidas/produção é de aproximadamente 40%), os preços internos tendem a seguem a paridade de preços de exportação – ‘PPE‘ (embora o domínio da Petrobras sobre a produção e o consumo de petróleo possa distorcer isso). Então, no final, achamos que os preços de venda do petróleo podem ser afetados para todas as empresas júniores de óleo e gás sob nossa cobertura”, explica a corretora.
Impacto maior vai para…
Entre as empresas do setor, analistas da XP, do BTG Pactual e do Itaú BBA avaliam que PRIO deve ser a mais afetada pelas últimas decisões do governo, em especial da taxação de exportação de petróleo. A PRIO deve sofrer maior impacto, uma vez que exporta toda a sua produção, explica o BBA.
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Levando em consideração o período de quatro meses anunciado e o petróleo a US$ 85 o barril, o BBA estima potencial impacto de R$ 400 milhões no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da PRIO, ou 4% do Ebitda consolidado esperado para 2023.
No caso de outras empresas menores, como PetroReconcavo (RECV3) e 3R Petroleum, a percepção é de que existem poucos impactos de curto prazo para as duas empresas. Inclusive, o BTG considera que a reação do mercado após os anúncios é exagerada.
“Ambas as companhias vendem 100% de seus produtos no mercado doméstico; por isso, o impacto não deve levar a uma revisão das nossas estimativas para essas empresas em 2023”, explica o banco.
No entanto, problemas podem surgir se os impostos se estenderem, ultrapassando os quatro meses. Nesse cenário, o BTG projeta uma queda de 11% para o Ebitda da PRIO, enquanto 3R Petroleum e PetroReconcavo devem sentir impactos mais relevantes, visto que exportadores devem conseguir aumentar o volume de produtos vendidos no mercado doméstico.
Analistas de diferentes instituições concordam que as medidas adicionam um novo elemento de risco para as petroleiras e é bem provável que não devem mitigar a volatilidade dos preços dos combustíveis.