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PETR4, PRIO3, RRRP3: Exposição ainda é pequena, mesmo com petróleo nas alturas; BTG vê oportunidade

02 out 2023, 16:17 - atualizado em 02 out 2023, 16:17
Edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (RJ)
Dentre as petroleiras, Petrobras é a principal escolha do BTG (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

A disparada dos preços do petróleo está por trás do forte desempenho das principais empresas de óleo e gás nos últimos meses. Desde as mínimas de julho, o Brent subiu mais de 30% em meio a cortes na oferta, redução de estoques e aumento na demanda. Atualmente, a commodity é negociada acima dos US$ 90 o barril.

Apesar do recente avanço, as ações das empresas do setor parecem ter se descolado dos fundamentos, levanta o BTG Pactual. A instituição destaca que, nos últimos dois meses, a maioria das empresas sob sua cobertura ficou 19% abaixo dos preços do petróleo.

“Acreditamos que o desempenho abaixo do petróleo não é merecido”, reforça o BTG, em relatório divulgado na semana passada.

Na opinião da equipe de análise, o cenário atual do petróleo, com expectativa de déficits de aproximadamente 1,7 milhão de barris diários no segundo semestre de 2023 e 0,2 milhão em 2024, deve persistir e a assimetria de preços permanecerá com viés de alta.

À medida que os riscos fiscais internos continuam a aumentar (reduzindo marginalmente o apetite por ações expostas à economia local), os investidores devem aumentar o posicionamento no setor de petróleo e gás”, afirmam os analistas.

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Por que ações estão “ficando para trás”?

O BTG levantou alguns motivos que explicam o desempenho mais fraco das empresas em relação aos preços de referência.

No caso das petroleiras júniores, como Prio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3), o mercado parece precificar um risco elevado de execução das operações, o que parece exagerado para o banco.

O BTG avalia que, dado que a maior parte dos custos é denominada em reais e tem custos de produção mais elevados, todas as empresas júniores devem começar a gerar forte alavancagem operacional no curtíssimo prazo.

No caso da estatal Petrobras (PBR), as ações registraram o melhor desempenho dentro da cobertura nos últimos dois meses, tendo ficado apenas 2% abaixo do Brent.

A redução da percepção de risco é o que provavelmente explica a maior parte do desempenho, avalia. O BTG ressalta, porém, que “é crucial reiterar nossa visão de que a Petrobras deve ser cada vez mais percebida como uma tese de petróleo, justificando uma visão ainda mais otimista”.

“Cerca de 80% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Petrobras advém do segmento upstream, o que significa mais dividendos à frente, desde que a dinâmica dos preços persista”, acrescenta.

Bom ponto de entrada

O BTG considera que existe um bom ponto de entrada para se expor ao setor de óleo e gás, dado que o cenário macro deve seguir positivo, com viés de alta, e os valuations das empresas estão descontados.

Os analistas sentem que os investidores continuam pouco alocados no setor, o que abre oportunidade para elevar a exposição.

“O valuation médio do setor é muito baixo (~2,7 vezes EV/Ebitda [valor da empresa sobre Ebitda] e ~19% de yields de geração de caixa em 2024), a assimetria favorável dos preços das commodities permanece e uma maior exposição ao dólar em um momento de alta incerteza em relação aos riscos fiscais locais oferece proteção”, completam.

Dentre as petroleiras, Petrobras é a principal escolha do BTG, enquanto a Prio é a empresa júnior mais bem posicionada, na avaliação do banco.

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