Comprar ou vender?

Peste suína na Alemanha pode elevar preço da carne e favorecer BRF e JBS, diz Ágora

22 set 2020, 14:53 - atualizado em 22 set 2020, 14:54
Carne de porco
Se a doença se espalhar, a oferta de carne no mercado ficará comprometida. A Alemanha responde por cerca de 5% da produção mundial  (Imagem: Pixabay)

Os casos de peste suína em javalis na Alemanha podem diminuir a oferta e pressionar os preços da carne no mercado internacional, afirma a Ágora em relatório enviado a clientes nesta terça-feira (22).

Com isso, as gigantes de proteínas, BRF (BRFS3) e JBS (JBBS), poderiam se beneficiar do movimento.

“Estamos monitorando potenciais casos de peste suína africana em animais de criação na Alemanha (o que ainda não foi o caso) e os riscos de propagação da doença no país e em toda a União Europeia, o que nos tornaria mais otimistas em nomes de proteínas”, afirmam os analistas Leandro Fontanesi e Ricardo França.

Segundo eles, se a doença se espalhar, a oferta de carne no mercado ficará comprometida. A Alemanha responde por cerca de 5% da produção mundial de carne suína, e a União Europeia, por aproximadamente 25%.

A peste suína na Alemanha já provocou a suspensão dos embarques da proteína do país a players importantes como a China (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Na última segunda-feira, o ministério federal da agricultura da Alemanha confirmou mais sete casos da doença. As novas descobertas elevam o total de casos confirmados para 20.

Peste na Alemanha pode aumentar mercado na China

A peste suína na Alemanha já provocou a suspensão dos embarques da proteína do país a players importantes como a China.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, o Brasil só não teriam ganhos mais significativos de “market share”, ao preencher a lacuna deixada pelos alemães na China, por falta de plantas habilitadas.

“Temos em um primeiro momento um limitador, que é o número de plantas habilitadas. As plantas que vendem para a China, já estão com muita capacidade utilizada para atender a demanda daquele país”, disse à Reuters

Atualmente, 16 unidades frigoríficas são autorizadas para embarcar carne de porco brasileira aos chineses, segundo a ABPA.

“Mas a consequência para o Brasil é positiva, principalmente em preços, porque com a Alemanha saindo o fornecimento de carne suína à China cai em quase 15%. A oferta (para os chineses) vai diminuir”, acrescentou, sobre a suspensão da exportação alemã.