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Pesquisa: o uso comercial de criptoativos entre a América Latina e o leste da Ásia

03 set 2020, 11:53 - atualizado em 03 set 2020, 11:53
Na América Latina, existe um crescente mercado fintech e que pode servir de presságio para algo parecido na indústria de criptoativos (Imagem: Crypto Times)

Comércio entre o leste da Ásia e a América Latina inflou desde o início dos anos 2000, principalmente envolvendo a China. E isso apenas contando o comércio feito com moedas fiduciárias.

Um novo relatório da Chainalysis sugere que possa existir bem mais do que aparenta existir — graças aos criptoativos.

A empresa de análise em blockchain recentemente obteve percepções geográficas relacionadas ao uso de criptoativos ao combinar análises de dados em blockchain com análises de outras informações, como análises de tráfego on-line e entrevistas com operadores de corretoras locais.

Hoje, publicou um relatório com foco na América Latina.

Segundo a Chainalysis, US$ 25 bilhões em criptoativos foram enviados da América Latina durante o ano passado, enquanto a região recebeu o equivalente a US$ 24 bilhões.

Isso a torna em um dos menores mercados cripto, mas os autores do relatório afirmam que, por trás, existe um crescente mercado fintech e que pode servir de presságio para algo parecido na indústria de criptoativos.

Nossos dados combinados a entrevistas com especialistas na região demonstram que alguns dos mesmos fatores que impulsionam a onda fintech da América Latina, como os problemas de acesso bancário e a necessidade de remessas digitais, estão direcionando padrões únicos do uso de criptoativos além do investimento especulativo similar a outras regiões.

Segundo o relatório, o problema ao acesso bancário está direcionando empresas latino-americanas a entrarem para cripto — principalmente as que importam do leste asiático.

Dados da Chainalysis mostram que o leste da Ásia é o maior remetente de criptoativos à América Latina.

Com base em entrevistas, os pesquisadores da empresa concluíram que “muitos desses pagamentos são, na verdade, transações comerciais entre exportadores asiáticos e empresas latino-americanas que compram bens para vendê-los a varejo”.

Em muitos casos, é para evitar o custo e a dor de cabeça de lidar com bancos locais enquanto evitam taxas de importação.

A equipe quis entender quão comum é esse comércio denominado em cripto “e como todos com quem conversamos sabiam disso”, disse Kim Grauer, líder de pesquisas da Chainalysis. “Estamos vendo esse mercado comercial se desenvolver entre regiões e isso reflete a economia real.”

theblock@moneytimes.com.br