Bancos

Pesquisa do BofA mostra fuga de ações por medo de recessão

13 set 2022, 8:59 - atualizado em 13 set 2022, 8:59
Bank of America
Uma fatia líquida de 92% dos participantes da pesquisa do Bank of America agora espera que os lucros diminuam no próximo ano (Imagem: REUTERS/Stephanie Keith)

Investidores estão fugindo da renda variável diante da expectativa de recessão. As alocações em ações caíram para nível recorde, enquanto a exposição a dinheiro atingiu máximas, mostra pesquisa do Bank of America.

Um recorde de 52% dos entrevistados disseram que estão “underweight” em ações, enquanto 62% estão “overweight”, de acordo com o levantamento global com gestores de ativos realizado pelo banco, que incluiu 212 participantes com US$ 616 bilhões sob gestão na semana até 8 de setembro.

Em meio à maior preocupação com a economia, o número de investidores que esperam uma recessão atingiu o maior patamar desde maio de 2020, escreveram estrategistas liderados por Michael Hartnett em nota nesta terça-feira.

A percepção dos investidores é “super bearish”, ou extremamente baixista, com uma crise de energia que reduz ainda mais o apetite por risco, destacaram. Uma parcela líquida de 42% dos investidores globais estão underweight em ações europeias, a maior proporção nessa posição já registrada.

As bolsas globais operam em montanha-russa nos últimos meses. As perdas foram motivadas por temores de que os bancos centrais vão manter o aperto da política monetária por mais tempo e levarão as economias a uma recessão. Por outro lado, os ganhos foram impulsionados pelo baixo posicionamento de investidores e otimismo de que a inflação nos EUA já atingiu um pico.

Estrategistas de grandes bancos como Deutsche Bank e JPMorgan Chase dizem que o desânimo dos investidores – que muitas vezes sinaliza ganhos futuros para as bolsas – deve elevar os índices acionários no fim do ano.

Lucros corporativos

Para Hartnett, do Bank of America, esse pessimismo e dados macroeconômicos acima do esperado poderiam elevar o S&P 500 para 4.300 pontos – quase 5% acima dos níveis atuais. Mas Hartnett projeta que o índice caia desse nível e permaneça em modo baixista por um tempo.

O cenário para os lucros corporativos também começa a se deteriorar. Uma fatia líquida de 92% dos participantes da pesquisa do Bank of America agora espera que os lucros diminuam no próximo ano, enquanto o número de investidores que assumem riscos acima do normal caiu para nível recorde.

A inflação persistentemente alta é vista como o maior risco de cauda, seguida por bancos centrais com política monetária agressiva, geopolítica e recessão global. Apenas 1% dos participantes veem o retorno da pandemia de Covid-19 como risco de cauda.

As apostas com maior demanda são posições compradas em dólar americano, petróleo, commodities, e ativos ESG (sigla para padrões ambientais, sociais e de governança); vendidas em Treasuries, compradas em ações de crescimento e em posições em dinheiro

Uma proporção líquida de 79% dos participantes espera inflação mais branda nos próximos 12 meses, enquanto 36% dizem que o Fed vai parar de aumentar os juros no segundo trimestre de 2023.

Siga o Money Times no Instagram!

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Sete dias por semana e nas 24 horas do dia, você terá acesso aos assuntos mais importantes e comentados do momento. E ainda melhor, um conteúdo multimídia com imagens, vídeos e muita interatividade, como: o resumo das principais notícias do dia no Minuto Money Times, o Money Times Responde, em que nossos jornalistas tiram dúvidas sobre investimentos e tendências do mercado, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!