Pesquisa do BofA mostra fuga de ações por medo de recessão
Investidores estão fugindo da renda variável diante da expectativa de recessão. As alocações em ações caíram para nível recorde, enquanto a exposição a dinheiro atingiu máximas, mostra pesquisa do Bank of America.
Um recorde de 52% dos entrevistados disseram que estão “underweight” em ações, enquanto 62% estão “overweight”, de acordo com o levantamento global com gestores de ativos realizado pelo banco, que incluiu 212 participantes com US$ 616 bilhões sob gestão na semana até 8 de setembro.
Em meio à maior preocupação com a economia, o número de investidores que esperam uma recessão atingiu o maior patamar desde maio de 2020, escreveram estrategistas liderados por Michael Hartnett em nota nesta terça-feira.
A percepção dos investidores é “super bearish”, ou extremamente baixista, com uma crise de energia que reduz ainda mais o apetite por risco, destacaram. Uma parcela líquida de 42% dos investidores globais estão underweight em ações europeias, a maior proporção nessa posição já registrada.
As bolsas globais operam em montanha-russa nos últimos meses. As perdas foram motivadas por temores de que os bancos centrais vão manter o aperto da política monetária por mais tempo e levarão as economias a uma recessão. Por outro lado, os ganhos foram impulsionados pelo baixo posicionamento de investidores e otimismo de que a inflação nos EUA já atingiu um pico.
Estrategistas de grandes bancos como Deutsche Bank e JPMorgan Chase dizem que o desânimo dos investidores – que muitas vezes sinaliza ganhos futuros para as bolsas – deve elevar os índices acionários no fim do ano.
Lucros corporativos
Para Hartnett, do Bank of America, esse pessimismo e dados macroeconômicos acima do esperado poderiam elevar o S&P 500 para 4.300 pontos – quase 5% acima dos níveis atuais. Mas Hartnett projeta que o índice caia desse nível e permaneça em modo baixista por um tempo.
O cenário para os lucros corporativos também começa a se deteriorar. Uma fatia líquida de 92% dos participantes da pesquisa do Bank of America agora espera que os lucros diminuam no próximo ano, enquanto o número de investidores que assumem riscos acima do normal caiu para nível recorde.
A inflação persistentemente alta é vista como o maior risco de cauda, seguida por bancos centrais com política monetária agressiva, geopolítica e recessão global. Apenas 1% dos participantes veem o retorno da pandemia de Covid-19 como risco de cauda.
As apostas com maior demanda são posições compradas em dólar americano, petróleo, commodities, e ativos ESG (sigla para padrões ambientais, sociais e de governança); vendidas em Treasuries, compradas em ações de crescimento e em posições em dinheiro
Uma proporção líquida de 79% dos participantes espera inflação mais branda nos próximos 12 meses, enquanto 36% dizem que o Fed vai parar de aumentar os juros no segundo trimestre de 2023.
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