Economia

Peso do fiscal: Campos Neto alerta que incertezas podem levar a redução nos cortes da Selic

17 abr 2024, 15:01 - atualizado em 17 abr 2024, 15:01
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Roberto Campos Neto, presidente do BC, alertou para o risco fiscal da mudança da meta de 2025 no afrouxamento monetário. (REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu um puxão de orelha no governo nesta quarta-feira (17), ao alertar sobre o risco fiscal aqui no Brasil.

Segundo ele, uma manutenção do cenário de incerteza elevada pode levar o Banco Central a uma redução do ritmo de cortes da Selic. A taxa básica de juros está em 10,75%, após seis cortes de 0,50 ponto percentual.

“Poderia haver uma redução da incerteza, o que significa que seguiríamos o caminho usual. Poderíamos ter um sistema no qual a incerteza continua a ser muito alta e não muda significativamente, o que pode significar uma redução no passo”, disse Campos Neto em reunião com investidores em Washington, nos EUA, organizado pela XP.

O presidente do BC destacou que parte das incertezas no atual cenário é global, mas não deixou de lado a responsabilidade fiscal do atual governo.

No início da semana, o ministro Fernando Haddad confirmou mudanças na meta fiscal de ano que vem. O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, encaminhado ao Congresso, prevê déficit primário zero.

Vale lembrar que nas regras do arcabouço fiscal, aprovado no ano passado, determinam m superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para cima ou para baixo. Além disso, a meta de 2026 foi alterada de superávit de 1% para 0,25% do PIB.

Campos Neto disse que a perda de credibilidade sobre a âncora fiscal eleva o custo do lado monetário. “Mudança de expectativas sobre fiscal pode ter impacto no prêmio de risco. Faremos o necessário para ancorar as expectativas e atingir a meta de inflação”, disse.

“Nós sempre defendemos que se deveria permanecer com a meta e fazer o que fosse necessário para atingi-la. Entendemos que houve uma necessidade de mudança”, completou.

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