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Perto de R$ 5,00: Após salto, o que esperar do dólar em semana de inflação e ata do Copom?

04 fev 2024, 14:58 - atualizado em 04 fev 2024, 14:34
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Dólar volta a flertar com os R$ 5,00 após relatório apontar mercado de trabalho aquecido nos EUA e adiar apostas de corte de juros (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

Após fechar o pregão de sexta-feira (02) e a semana com valorização de mais de 1%, cotado a R$ 4,97, o dólar à vista tem pela frente o índice de inflação no Brasil (IPCA) e na China e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom).

O que esperar da moeda norte-americana nesta semana de agenda cheia de indicadores?

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Fed e payroll forte assustam dólar

A alta na semana passada teve forte influência da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que manteve a taxa de juros no intervalo entre 5,25%-5,50% e dos números do mercado de trabalho mais fortes por lá.

O payroll, divulgado na sexta-feira, apresentou a criação de 353 mil vagas de emprego em janeiro. Enquanto economistas previam 185 mil novos postos de trabalho. Além disso, houve revisão dos dados de dezembro, subindo de 216 mil vagas na leitura anterior para 333 mil.

Payroll joga balde de água fria no mercado

O economista da Guide Investimentos, Yuri Alves, avalia que o relatório de emprego dos Estados Unidos abala as apostas de cortes de juros nas próximas reuniões do Fed, em março e maio.

“A perspectiva é de um ciclo de redução de juros mais contido ao longo do ano. Com isso, a probabilidade de redução da taxa de juros no mês que vem caiu significativamente de 38% para 19,5%. Já a possibilidade de manutenção da taxa cresceu para 80,5%”, explica.

Desta forma, após o payroll, as expectativas de manutenção de juros em maio também cresceram, de 6% para 28%.

Alves destaca que o mercado também ajustou suas previsões para o ciclo de redução de juros anual, prevendo uma taxa no intervalo entre 4,00%-4,25% ao fim de dezembro.

“A aceleração da criação de vagas de emprego indica uma tendência que pode proteger a economia de uma recessão este ano. Contudo, influencia o Fed a adiar cortes de juros”, endossa o CEO da plataforma de câmbio e remessas internacionais Transferbank, Luiz Felipe Bazzo.

Bazzo observa que, quanto mais tardio for o início da queda da taxa de juros americana, maior tende a ser o benefício para o dólar. “Isso ocorre porque os investimentos de renda fixa denominados na moeda tornam-se mais atrativos em termos de rentabilidade”, acrescenta.

Dólar e a semana de inflação

Depois dos BCs, o mercado financeiro está atento aos dados de inflação. Nesta semana, China e Brasil divulgam seus números de janeiro, na quarta e quinta-feira, respectivamente.

Por sua vez, o dado de inflação americano (CPI) sairá em 13 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval. Os números serão avaliados com lupa pelos investidores e pelo Fed.

Alves, da Guide, ressalta que as expectativas de inflação americana para 2025 recuaram para 2,9%, ante previsão de 3,1% em dezembro do ano passado.

Sendo assim, o número atingiu o patamar mais baixo em três anos. “Esse dado reforça a tendência de queda nas expectativas inflacionárias da economia americana, retornando ao intervalo de 2,3% a 3%, vistos antes da pandemia [de covid-19]”, diz.

Bazzo, da Transferbank, pontua que indicadores de resiliência econômica, como o payroll mais forte, fortalecem a visão de que o banco central americano ainda está comprometido com a contenção da inflação. O que justifica uma postura cautelosa do Fed antes de qualquer flexibilização da política monetária.