Perto da votação do Senado, republicanos revelam ligação de Trump para o Congresso
O ex-presidente Donald Trump disse a um líder republicano do Congresso durante o ataque de seus apoiadores ao Capitólio mês passado, que resultou em mortes, que a multidão estava “mais incomodada” com a sua derrota na eleição do que parlamentares, afirmou um outro republicano.
A notícia sobre a ligação telefônica foi a público horas antes do fim do julgamento do impeachment de Trump no Senado, previsto para este sábado, deixando a Casa Legislativa dividida para decidir se o condena na acusação de ter incitado uma insurreição.
Muito do julgamento deste semana se concentrou em quanto Trump sabia sobre as ações dos invasores, que atacaram o Congresso em 6 de janeiro tentando impedir que os parlamentares certificassem a vitória do democrata Joe Biden na eleição de novembro.
Herrera Beutler, entre os 10 integrantes do seu partido que votou mês passado na Câmara a favor do impeachment de Trump, contou detalhes da ligação entre Trump e o líder republicano da casa, Kevin McCarthy, em um comunicado, no final da sexta-feira.
“Bom, Kevin, acho que essas pessoas estão mais incomodadas com a eleição do que vocês”, teria dito Trump, segundo Beutler.
Ela afirmou que Trump inicialmente negou que seus apoiadores estavam envolvidos no incidente, alegando que a multidão era formada por membros do movimento esquerdista Antifa, uma afirmação falsa que McCarthy rejeitou.
Trump deixou o cargo em 20 de janeiro após ser o primeiro presidente norte-americano a sofrer dois impeachments e o primeiro a passar por julgamento depois de sair da presidência. Se for condenado, o Senado pode votar para impedi-lo de se candidatar a cargo público no futuro.
A condenação é vista como improvável, no entanto, porque pelo menos 17 republicanos teriam que se juntar a todos os 50 democratas para que o presidente fosse declarado culpado. O Senado deve se reunir às 10h00 (12h00 em Brasília) e a votação final deve ser realizada à tarde.
O julgamento enfatizou o extraordinário perigo pelo qual os parlamentares passaram em 6 de janeiro, quando Trump pediu que seus apoiadores fossem ao Capitólio e “chutassem o balde” para tentar reverter o resultado da eleição. O então vice-presidente Mike Pence e parlamentares precisaram se proteger. Cinco pessoas morreram em meio ao caos.