BusinessTimes

Perspectiva sombria ofusca recuperação das vendas da Unilever

22 out 2020, 11:03 - atualizado em 22 out 2020, 11:03
Unilever
A empresa informou que as margens brutas na segunda metade do ano seriam pressionadas por custos mais altos relacionados ao vírus (Imagem: Reuters/Piroschka van de Wouw)

A Unilever evitou comemorar uma recuperação muito mais forte do que o esperado no crescimento das vendas no terceiro trimestre nesta quinta-feira, e seu presidente-executivo afirmou que a perspectiva permanecia “altamente imprevisível”.

As vendas anuais básicas da companhia aumentaram 4,4%. Analistas esperavam, em média, um aumento de 1,3%, de acordo com um consenso fornecido pela empresa.

A recuperação foi liderada pelos mercados emergentes, que contribuem com cerca de 60% da receita da Unilever. As vendas em tais mercados aumentaram 5,3% em relação ao ano anterior, enquanto nos desenvolvidos aumentaram 3,1%.

No entanto, a Unilever recusou-se a fornecer metas de desempenho de curto prazo. O presidente-executivo Alan Jope disse que estava “perplexo com a conversa sobre uma recuperação rápida” da pandemia de coronavírus e suas consequências econômicas.

“Mudamos do modo de resposta para agora viver com a Covid-19, mas o ambiente em que operamos permanece altamente imprevisível e acreditamos que uma desaceleração econômica é inevitável”, disse Jope.

A empresa informou que as margens brutas na segunda metade do ano seriam pressionadas por custos mais altos relacionados ao vírus, preços de commodities e gastos com marketing, bem como flutuações cambiais e uma mudança no mix de vendas para produtos menos lucrativos.

Na América do Norte, que inclui os Estados Unidos, maior mercado da Unilever em receita, o crescimento de 9,1% continuou sendo impulsionado pelo aumento da demanda por alimentos consumidos em casa.

O faturamento geral foi de 12,9 bilhões de euros, contra as estimativas dos analistas de 12,7 bilhões de euros.

As vendas da Unilever caíram 0,3% no segundo trimestre na comparação anual, marcando o primeiro declínio em 16 anos, prejudicada por quedas acentuadas nos alimentos consumidos fora de casa e pelo impacto da pandemia nos mercados emergentes.