Perspectiva do trabalhador sobre o futuro é a melhor desde 2015, aponta FecomercioSP
Apesar do alto grau de desemprego e inadimplência em São Paulo estar diminuindo o ritmo de consumo das famílias paulistanas, o resultado das eleições deste ano, em que Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República, indica uma melhora gradual no cenário econômico e, principalmente, no âmbito profissional. É o que mostra o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (IFC), medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Mercado de trabalho
As melhores variações do IFC foram com relação às projeções sobre o mercado de trabalho para os próximos anos. “Perspectiva profissional” subiu 1,8% e obteve 117,6 pontos em novembro, o melhor resultado desde março de 2015. 55% dos entrevistados acreditam que a pessoa responsável pela casa terá alguma melhora profissional nos próximos seis meses.
O item “Emprego atual” manteve-se estável no último mês, apresentando 110 pontos. A maioria dos entrevistados se diz segura com o seu trabalho.
Por fim, a categoria “Renda atual” também registrou estabilidade. Permaneceu em 97,8 pontos, com respostas positivas e negativas bem equilibradas.
Em novembro, o IFC registrou alta de 2,1% em comparação ao mês anterior, terminando com 89,3 pontos. Na comparação anual, a alta foi de 8,2%.
O indicador analisou sete itens, sendo que cinco deles apresentaram crescimento no mês e os outros dois permaneceram estáveis. A categoria “Perspectiva de consumo” cresceu 4,4%. Ainda assim, terminou novembro com 92,7 pontos, o que a coloca no grau de insatisfação, já que está abaixo dos cem pontos.
Consumo
Em relação ao consumo das famílias paulistanas, o item “Nível de consumo atual” subiu 2,4% frente a outubro, fechando em 60,4 pontos. Isso demonstra um alto grau de insatisfação por parte do consumidor. 54,4% deles ainda dizem estar consumindo menos do que há um ano.
Após cair sete vezes consecutivas, o “Acesso ao crédito” deu mostras de recuperação. A alta para novembro foi de 4,2%, um registro de 88,2 pontos. Dos entrevistados, 42% dizem que o momento não é propício para contrair empréstimos para compras a prazo.
O item “Momento para duráveis” obteve crescimento de 3,2%, atingindo 58,4 pontos. A categoria teve a pior avaliação do indicador em novembro. Também foi a que menos evoluiu em comparação ao mesmo mês de 2017 – somente 2,4%. Para 68% das famílias, atualmente não é um bom momento para comprar bens duráveis, como eletrônicos.
Faixa de renda
O grupo com renda superior a dez salários mínimos apresentou o maior percentual de crescimento. Em novembro, registrou alta de 2,9% e passou para 95,2 pontos. O grupo com renda inferior a dez salários mínimos cresceu 1,7% e ficou em 87,3 pontos no mesmo período.
Na comparação anual, no entanto, a evolução pode ser melhor vista no grupo com renda mais baixa., que subiu 8,7% contra os 6,7% do grupo com maior renda.