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Perspectiva de alívio de quarentena em SP reforça ânimo em ações voltadas a consumo interno

27 maio 2020, 16:24 - atualizado em 27 maio 2020, 16:25
Magazine Luiza MGLU3
Magazine Luiza e Via Varejo mostravam altas de 4,45% e 4,6%, respectivamente (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Ações de setores ligados ao consumo interno disparavam na bolsa brasileira nesta quarta-feira, tendo de pano de fundo perspectivas mais positivas para a retomada das economias, incluindo o plano de reabertura de atividades no Estado de São Paulo, economicamente o mais relevante do país.

Por volta de 15h40, os papéis da Usiminas (USIM5), que tem entre seus principais clientes as montadoras de veículos, que concentram suas fábricas na Grande São Paulo, saltavam 13,5%, a 5,56 reais. Gerdau (GGBR3) e CSN (CSNA3) avançavam 9,8% e 9,6%, respectivamente. O Ibovespa subia 2,4%.

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira plano de afrouxamento de regras para frear a disseminação do coronavírus, que prevê que a cidade de São Paulo permita o funcionamento com restrições de comércio, shopping centers, concessionárias de veículos, entre outros.

Na visão do gestor Ricardo Campos, sócio na Reach Capital, faz sentido São Paulo afrouxar um pouco as restrições, uma vez que a curva de casos no Estado parece chegar a um ponto de desaceleração. Mas o ânimo no mercado brasileiro, acrescentou, também reflete a melhora na confiança de investidores no mundo em relação à evolução da pandemia.

“O ponto é que todas economias do mundo, especialmente China e até provavelmente os EUA, devem usar infraestrutura pra reacelerar emprego e PIB” afirmou. O setor de construção, grande consumidor de aços longos sofreu menos impactos da pandemia no Brasil em relação a indústrias como a de veículos e aviação.

Além das siderúrgicas, que fizeram grandes cortes de produção desde o início da pandemia no país por causa na queda da demanda por aço, também o setor de varejo refletia a flexibilização no isolamento. Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3) mostravam altas de 4,45% e 4,6%, respectivamente, e Lojas Americanas subia 6%. B2W (BTOW3), focada em comércio eletrônico, caía 2%.

A locadora de veículos Localiza, que teve lojas fechadas em todo o país, e o grupo de cosméticos Natura&Co, que tem nos shoppings um importante canal de vendas, também avançavam, 7% e 9%, respectivamente, pegando carona na perspectiva de melhora no consumo.

No caso de Magazine Luiza e Via Varejo, acrescentou Campos, as ações tendem a continuar subindo com o aumento do consumo online, tendência que já existia e acelerou muito neste momento.

“Teoricamente, quando tudo for aberto e as pessoas voltarem a comprar nas lojas físicas, a primeira percepção pode ser de diminuição nas compras online. Mas uma vez que o consumidor aprendeu a utilizar essa ferramenta, tende a continuar.”

No caso de shopping centers, brmalls (BRML3) subia 2% e Multiplan (MULT3) avançava 3,6%, enquanto Iguatemi tinha valorização de 4%, tendo ainda no radar o resultado do primeiro trimestre. Alguns grupos já reabriram empreendimentos em outros Estados, com restrições de horários entre outras medidas para evitar o contágio do novo coronavírus.

Papéis de construtoras e incorporadoras também reagiam aos primeiros sinais de um alívio das restrições de circulação em São Paulo, com o índice do setor imobiliário avançando 3,56%. Cyrela (CYRE3) era um dos destaques positivos do Ibovespa (IBOV), com salto de 6,8%. Fora dele, Tecnisa disparava 7,2%.

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