Pérsio Arida não seria capaz de conter populismo fiscal de Haddad e Lula, diz maioria dos leitores do MT
O economista Pérsio Arida, nome cobiçado por petistas e pelo mercado para compor o futuro governo, não seria capaz de conter eventuais tentações populistas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e de seu provável ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Pelo menos, essa é a opinião da maioria dos leitores do Money Times que participaram da última enquete. Dos 241 participantes, 61% afirmaram que Arida não faria uma boa dobradinha com Haddad na área econômica do terceiro mandato de Lula. Apenas 39% afirmaram que a dupla seria positiva.
Além disso, 73,5% declararam que Arida, um dos pais do Plano Real, não conseguiria conter um eventual populismo fiscal de Lula e Haddad, o que colocaria em risco das contas públicas – algo que já preocupa o mercado.
Pérsio Arida não tem “intenção alguma” de ir para Brasília
Na última semana, ganhou força o rumor de que a equipe de transição considera que Arida seria o nome ideal para ocupar o Ministério do Planejamento, a fim de contrabalançar Haddad na Fazenda e tornar o ex-prefeito de São Paulo mais palatável para os investidores.
Na última sexta-feira (25), contudo, Arida chamou de “devaneio” a ideia de que fará parte do governo Lula. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o economista afirmou que “esse suposto convite não passa de um devaneio de algumas agências de notícias. Foi difundido e a quimera acabou sendo tomada como se verdade fosse. O fato é que não recebi nenhum convite, ou qualquer sondagem, para ser ministro do Planejamento ou da Fazenda.”
Além disso, mesmo que o convite seja feito, é improvável que Lula o leve para o governo. “Por razões pessoais, pelo meu momento de vida, não tenho intenção alguma de ter cargos em Brasília”, disse à Folha.
Haddad é reprovado pelos investidores
O ex-ministro Fernando Haddad esteve nesta sexta-feira (25) no evento da Febraban para falar em nome do presidente eleito Lula sobre o próximo governo. Até então um dos nomes favoritos para assumir o Ministério da Fazenda em 2023, o ex-prefeito viu suas falas no evento repercutirem mal no mercado e, com isso, pode ter perdido terreno nessa disputa.
Os investidores reagiram mal ao discurso de Fernando Haddad, e o mercado viu dólar e juros futuros dispararem e irem às máximas em razão da ausência de detalhamento da questão fiscal e o que foi visto como falta de alinhamento com o mercado.
O ex-ministro não sinalizou qual será o tratamento fiscal no novo governo nem como pretende equalizar promessas de campanha, como o aumento do Bolsa Família para R$ 600. Ao mesmo tempo, ele voltou a criticar o teto, dizendo que a regra não inibiu a piora da qualidade do gasto público.
No andamento do dia, após fala de Haddad na Febraban e com os nomes dos economistas citados apenas como em um possível segundo escalão não agradando o mercado, passou-se a ventilar outro nome do Ministro da Fazenda.
O empresário Josué Gomes, atual presidente da Fiesp e filho de José de Alencar, senador por Minas Gerais e vice presidente durante os dois primeiros mandatos de Lula, é defendido dentro da equipe de transição.
(Com Matheus Caselato)
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