Comprar ou vender?

Perigo? A ação que pode afundar 30%, segundo o Bradesco

04 abr 2023, 20:59 - atualizado em 04 abr 2023, 21:03
Metal Leve
Arriscada: A Metal Leve está cara e com potencial de queda (Imagem: Metal Leve/Divulgação)

A ação da Mahle Metal Leve (LEVE3) carrega riscos e está cara, afirma o Bradesco BBI em relatório enviado a clientes. A corretora possui recomendação de venda para o papel, com preço-alvo de R$ 21, potencial de queda de 31% ante o último fechamento.



De acordo com os analistas Victor Mizusaki e Renato Chanes, os custos de oportunidade da empresa parecem altos, dado o risco de valor terminal, a contração esperada de múltiplos de negociação e os riscos tecnológicos.

A dupla participou do dia do investidor da Metal Leve realizado ontem para discutir o futuro da mobilidade global e seu impacto nas operações da empresa e as notícias não são muito boas. Isso porque a eletrificação massiva nos Estados Unidos e na Europa pode reduzir os volumes da empresa em 13% até 2035.

Já no Brasil, a fabricante de peças automotivas vê o etanol e os biocombustíveis mantendo o domínio dos veículos a combustão interna no país.

“A administração sinalizou que, embora os veículos elétricos apresentem emissões zero durante o uso, quando considerado o ciclo de vida completo -produção do veículo, produção do combustível, uso do veículo e reciclagem -, um veículo movido a etanol emite, em média, 15,5 toneladas de carbono vs. 21,8 toneladas no caso de um veículo elétrico usando a matriz energética brasileira”, dizem os analistas.

A companhia acrescentou ainda que 83% da frota total do Brasil já está preparada para ser abastecida com etanol, mas apenas 31% dos consumidores optam pelo biocombustível e, portanto, o caminho mais rápido para reduzir as emissões de carbono no país seria ampliar o uso do etanol.

A dupla diz que embora o Grupo Mahle, acionista controlador com sede na Alemanha, esteja investindo em novas tecnologias para atender à tendência de eletrificação, no Brasil não há nenhum projeto em andamento.

“A troca de tecnologias entre o grupo e a subsidiária seria improvável no caso de produtos para veículos elétricos, pois dependeria de escala para ganhar viabilidade”, destacam.

Além disso, o BBI observa que “a empresa confirmou nossas preocupações com os mercados externos” ao afirmar que até 2035, a Metal Leve espera que os veículos elétricos representem 93% do total de vendas de veículos leves na Europa e 60% nos EUA, enquanto esses mercados representam atualmente 2% e 7% do volume total da empresa, respectivamente.