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Periferia mundial domina as exportações dos farináceos brasileiros, à (pequena) exceção de produtos de maior valor

30 jan 2022, 10:16 - atualizado em 30 jan 2022, 10:16
Biscoitos Alimentos
Principal categoria de produtos de farináceos exportados, os biscoitos alcançaram África e América do Sul (Imagem: Freepik)

As estatísticas de exportações do setor industrial ampliado de farináceos mostram que tanto na soma geral, quanto por categorias, o destino é a chamada periferia mundial.

Se é o imenso mercado brasileiro que toma conta das prioridades das empresas, se é o fator qualidade que bloqueia a entrada em destinos mais exigentes (caso mais específico das massas), se são hábitos alimentícios que encontram portas abertas em países mais pobres (para as bolachas e biscoitos, por exemplo), se é dificuldade de repassar preços do trigo para mercados que compram tradição (e qualidade reconhecidas), as empresas não deixam explicam.

Mas, sim, na soma das variáveis, certamente há a estratégia de atender janelas de oportunidades em países africanos, sul-americanos e árabes, o que tem funcionado, olhando-se o crescimento.

Os dados da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), para 2021, mostram US$ 245,5 milhões em divisas e 201 mil toneladas, respectivamente mais 25% e mais 27%.

Por corte de categorias, a exceção das exportações para regiões de economias centrais está para pães e bolos industrializados, com maior grau de agregação de valor e dominados por empresas mais conhecidas no exterior. Estados Unidos e Japão são os únicos e não são citados em nenhuma outra lista de segmentos.

A rubrica concentrou US$ 112,3 milhões em faturamento, 44% superior a 2020, resultante de 114 mil toneladas de produtos, 30% a mais.

A tradicional Bauducco, por exemplo, com presença internacional marcante em mercados mais fortes, informou alta de 20% nas exportações de panetones para os EUA, além de outros destinos. Pães de forma superaram 2.000% e as torradas cresceram 55%, informou a empresa sem detalhar volumes e valores.

Na categoria biscoitos, carro-chefe do setor industrial exportador, os rendimentos no ano passado foram US$ 115,5 milhões e 68 mil toneladas, aumento de 23% e 21%. Aqui foi esmagadoramente África e países latinos.

As massas são parte do segmento exportador mais pobre das indústrias brasileiras. E 60% vão para a Venezuela. Foram US$ 17,6 milhões, sobre 17 mil toneladas, em alta de 116%.

Abimapi, em seu informe, acusa a pandemia como fator que impulsionou as vendas externas, mas que, também, trouxe problemas, como os logísticos pela falta de contêineres.