Esportes

Perder no Aberto da Austrália nunca foi tão lucrativo

20 jan 2020, 8:52 - atualizado em 20 jan 2020, 8:52
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Os 90 mil dólares australianos são mais do que o australiano médio recebe em um ano, com base nos dados do Departamento Australiano de Estatísticas (Imagem: Unsplash/@mariogogh)

Na segunda-feira, quando Johanna Larsson saiu da quadra 22 no Melbourne Park, ela se tornou a primeira tenista a perder no Aberto da Austrália deste ano. A sueca, de 31 anos, perdeu em 57 minutos – tempo suficiente para ganhar mais do que a maioria dos australianos ganha em um ano.

O Aberto da Austrália não é o torneio de tênis mais rico do mundo, mas recompensa os perdedores como nenhum outro. Larsson e outros 127 tenistas, entre homens e mulheres, não vão avançar além da primeira rodada, mas cada um receberá 90 mil dólares australianos (US$ 61.866) como compensação.

Os perdedores da primeira rodada dos torneios masculinos e femininos receberão coletivamente mais de 11 milhões de dólares australianos dos 71 milhões de dólares australianos em oferta no torneio.

Os 90 mil dólares australianos são mais do que o australiano médio recebe em um ano, com base nos dados do Departamento Australiano de Estatísticas, segundo o qual a renda semanal média no país era de 1.633,80 dólares australianos em maio de 2019.

Em dólares americanos recém-convertidos, o pagamento também supera o valor pago aos perdedores da primeira rodada do Aberto da França do ano passado (US$ 51.028), Wimbledon (US$ 58.514) e do US Open (US$ 58.000).

Ao anunciar o prêmio total deste ano, em 24 de dezembro de 2019, o diretor do Aberto da Austrália, Craig Tiley disse que o aumento de 20% na remuneração dos perdedores da primeira rodada faz parte de uma tentativa de melhorar os prêmios e condições para um grupo mais amplo de jogadores.

Os vencedores dos torneios individuais masculinos e femininos devem se contentar com um aumento de menos de 1%. É improvável que se queixem; ambos receberão prêmio antes dos impostos de 4,12 milhões de dólares australianos.

Há poucas dúvidas de que o tênis recompensa generosamente seus campeões. Roger Federer, seis vezes vencedor do Aberto da Austrália, ganhou mais de US$ 129 milhões em sua carreira profissional.

A melhor jogadora da Austrália, Ashleigh Barty, ganhou mais de US$ 10 milhões em 2019, quando terminou o ano no topo do ranking mundial feminino. Sua vitória em novembro nas finais da Women’s Tennis Association em Shenzhen, na China, lhe rendeu US$ 4,42 milhões – o maior pacote de prêmios de todos os tempos para um jogador de tênis masculino ou feminino.

A desigualdade de gênero foi abordada nos grand slams: Wimbledon se tornou o mais recente grande torneio a alcançar a paridade salarial em 2007. Mas a diferença de poder entre os altos e baixos escalões permanece.

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