Perda real no preço dos imóveis chega a 3% em 2017, diz FipeZap
Por Angelo Pavini, da Arena do Pavini
O Índice FipeZap, que acompanha o preço de venda de imóveis residenciais em 20 cidades brasileiras a partir de anúncios de venda, registrou estabilidade em dezembro , com oscilação de apenas +0,01%. Com isso, o índice encerrou o ano de 2017 com queda nominal dos preços de 0,53% na comparação com o final de 2016.
Nos 10 anos de histórico do indicador, esta foi a primeira vez que os preços dos imóveis em média encerraram um ano em nível nominalmente menor do que o do ano anterior. Considerando-se a inflação esperada para dezembro, o IPCA do IBGE deve fechar o ano em 2,78% e, com isso, o Índice FipeZap aponta queda real de 3,23% no preço de venda de imóveis residenciais no ano passado.
Individualmente, 13 das 20 cidades pesquisadas apresentaram recuo nominal no preço de venda no último ano, com destaque para Rio de Janeiro (-4,45%), Niterói (-3,43%), Fortaleza (-3,35%) e o Distrito Federal (-2,27%). A forte crise do governo do Rio explica a queda mais acentuada dos imóveis na capital e em Niterói, além do fato de os preços terem subido acentuadamente nos últimos anos, também por conta da Copa do Mundo e da Olimpíada. No Distrito Federal, os preços subiram acentuadamente nos últimos anos pelo crescimento do funcionalismo federal, que agora começa a se reverter.
Entre as demais cidades, as maiores variações foram observadas em Belo Horizonte (+4,77%) e Florianópolis (+4,34%) – as duas foram as únicas com aumentos acima da inflação.
Segundo a FipeZap, a queda real nos preços de 2017 foi menor do que a registrada em 2016, apesar da perda nominal no ano passado. Naquele ano, o Índice FipeZap subiu 0,57% e o IPCA variou 6,29% – ou seja, a queda real foi de 5,38%, mais de dois pontos percentuais acima da esperada para 2017 por conta da inflação mais alta em 2016.
O valor médio de venda dos imóveis residenciais nas 20 cidades monitoradas encerrou o ano valendo R$ 7.631/m². Rio de Janeiro se manteve como a cidade com o metro quadrado mais caro do país (R$ 9.811), seguida por São Paulo (R$ 8.745) e Distrito Federal (R$ 8.238). Já as cidades com menor valor médio por m2 foram Contagem (R$ 3.521), Goiânia (R$ 4.137) e Vila Velha (R$ 4.638).