Agronegócio

Pequeno confinamento de região sem tradição viu boiada para exportação este ano; baias já estão fechadas

07 out 2019, 12:34 - atualizado em 14 out 2019, 16:52
Vacas Gado Boi
Na maioria dos 2 mil animais, em torno de 80%, ainda prevalecem os mestiços (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O pequeno confinamento da Coplacana viu um movimento diferente este ano. Frigoríficos exportadores como Marfrig (MRFG3) e Frigol foram buscar boiadas tratadas nas suas baias, mostrando que mesmo em regiões onde não há mais a tradição da pecuária – e menos ainda da grande pecuária – como é o caso do entorno de Piracicaba, a demanda fez alguns pequenos produtores entrarem no mercado de boi de melhor padrão.

Na maioria dos 2 mil animais, em torno de 80%, ainda prevalecem os mestiços, comuns, e até dezembro não entra mais nada.

E essa maioria morre nos pequenos frigoríficos de Piracicaba, o Angelelli e o Friuna.

Um dos poucos boitéis de estrutura coooperativista, ainda verá sair hoje 25 novilhas nelore – com jeito de ser exportação – e mais 21 machos anelorados. Outro pequeno lote sai quarta. Mas as baias vão ficar vazias, segundo Marta Borsato, coordenadora do confinamento.

Não há mais tempo de fazer a adaptação de 21 dias (três dietas diárias) e fechar de vez os animais, até que saiam em dezembro. Não apenas porque completa os três meses, mas também porque a empresa fecha em antes do Natal e volta a abrir os currais somente em abril, na véspera do 1º giro do confinamento.

Outra característica que mudou um pouco o perfil de negócios este ano foi que não houve transição entre os dois períodos anuais de fechamento dos bois.

Marta Borsato Confinamento Coplacana
Confinamento coordenado por Marta Borsato está lotado e não recebe mais animais até final do ano (Confinamento Coplacana)

A seca demorou um pouco mais para ganhar corpo, ao menos num raio de 100 quilômetros de Piracicaba, então Marta viu o confinamento com cara de contínuo. Os animais de 1º giro foram saindo praticamente com a chegada das boiadas de setembro e ficam em baias que variam entre 25, 50 e 100 animais.

“A procura também foi boa este ano e teve fila de espera, o que mostra que apesar da pouca gordura dos produtores, a demanda mais forte desde julho e as expectativas para o final do ano ajudaram a acelerar a lotação”, diz a veterinária.

De certo modo, colabora o modelo cooperativista, com diárias mais competitivas, que podem começar de R$ 7,45, para bezerros de até 299 kg, até R$ 12,00, para engorda de boi magro. As baias com balança, sob monitoramento maior de ganho de peso diário de boi chipado, têm um sobrepreço de R$ 0,45.

E não cooperados têm um acréscimo de 5%, o que acaba influindo positivamente no aumento do quadro da Coplacana: acabam virando cooperados, explica a coordenadora da estrutura de pecuária da cooperativa.

E para beneficiar o custo da diária, a cooperativa, por muitos anos só de cana, também origina grãos de outras unidades. Portanto, conta Marta Borsato, a suplementação dos animais fica mais barata e já começa com os resíduos que sobram do beneficiamento da própria fábrica de ração.

Além, naturalmente, de garantir parte da dieta com rejeitos triturados da cana.

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