Pequenas ações voltam a aparecer na Bolsa e indicam retomada da disposição a riscos
O ano de 2020 está sendo marcado por desequilíbrio econômico nos mais diversos setores, o que fez com que investidores preferissem apostas mais conservadoras.
No entanto, com a flexibilização da quarentena em todo o mundo e o reaquecimento da economia, as empresas menores, com captações de até R$ 500 milhões, que representam maiores riscos, voltaram a aparecer na Bolsa.
É o caso da produtora de sementes Boa Safra, que buscará esse valor para ampliar seus negócios no mercado de soja. À procura de um pouco menos, a Uni.Co, dona de outras marcas de tamanho médio, como Puket e Imaginarium, também aparecerá na Bolsa.
De acordo com as informações de mercado, as ações devem ir de R$ 200 milhões a R$ 400 milhões em sua oferta inicial. Essas e outras ofertas indicam a melhora na saúde financeira, que estimula os investimentos de maior risco.
Por que investir em pequenas empresas é mais arriscado?
Por ainda não estarem completamente consolidadas no mercado e enfrentarem muita competição, as probabilidades dos negócios menores não conseguirem superar crises econômicas ou serem vencidos por outras companhias do mesmo setor são grandes.
Além disso, elas não têm a mesma vantagem das grandes marcas, que sempre dispõem de milhares de investidores comprando e vendendo suas ações a todo momento. As pequenas não são tão visadas, portanto, qualquer pequena notícia negativa sobre a empresa pode fazer os compradores desistirem.
Quais as vantagens de investir em pequenas empresas?
Apesar dos riscos, quem tirou a quarentena para estudar temas como economia e contabilidade EAD percebeu que também há grandes chances de lucro com pequenas empresas e estava ansioso para o reaparecimento delas na Bolsa de Valores.
Isso porque as empresas já consolidadas no mercado, como, por exemplo, Ambev (ABEV3), Petrobras (PETR3;PETR4) e Bradesco (BBDC3), apesar de oferecerem menos riscos de perda de dinheiro, não têm perspectiva de crescimentos imensos em pouco tempo.
No caso dos empreendimentos que ainda estão começando, o avanço repentino é muito comum. Pequenas empresas conseguem dobrar de tamanho em um ano ou menos – o que não acontece com organizações que já são grandes demais.
O exemplo da Ambev ajuda a compreender melhor essa relação. Ela já é responsável por 60% das vendas de cervejas no Brasil. Então, para dobrar de tamanho, precisaria dominar todas as concorrentes do país inteiro e ainda fazer os brasileiros aumentarem o seu consumo de cerveja em 80% – cenário praticamente impossível.