Peixe BR questiona Ministério da Agricultura em caso de importação de tilápia do Vietnã
Um lote de tilápia importada do Vietnã chegou ao Brasil em dezembro de 2023, causando preocupação à Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) e à cadeia da produção de peixes de cultivo como um todo.
“Não temos informações se o lote passou por todas as análises de riscos sanitários, de maneira a garantir sua segurança para consumo. Da mesma forma, não conhecemos o processo de criação e de processamento da tilápia no Vietnã, o que também consideramos preocupante”, ressalta Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR.
“Também temos muitas dúvidas sobre o custo da importação, tendo em vista que os valores pagos são inferiores ao custo de produção no Brasil. Isso é dumping”, assinala o dirigente.
- Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) dispara; mas outra varejista ainda é a preferida para investir agora. Confira a recomendação do analista Fernando Ferrer no Giro do Mercado desta terça-feira (16):
“Além disso, a importação em si causa muita estranheza, já que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, cultiva a espécie segundo os mais rígidos critérios de boas práticas – incluindo alimentação balanceada e controle sanitário. A tilápia brasileira prima pela qualidade e é, sem dúvida, uma das melhores do mundo. E a oferta interna cresce ano após ano”, complementa Medeiros.
O presidente executivo da Peixe BR também questiona a importação, considerando o desenvolvimento e a importância econômica e social da cadeia da produção de tilápia no Brasil.
“A piscicultura brasileira é uma atividade em expansão, que reúne mais de 1 milhão de produtores – sendo a expressiva maioria de pequenos – e gera igualmente cerca de 1 milhão de empregos. A representatividade social da atividade é gigantesca. A importação pode comprometer a própria sobrevivência de pequenos piscicultores”.
A Peixe BR está em contato permanente com o Ministério da Pesca e Aquicultura, o Ministério da Agricultura e Pecuária e o Ministério do Trabalho e do Emprego para saber se foram realizadas todas as análises de risco sanitário necessárias e entender os motivos da importação.