Peers Consulting: Chaves do sucesso para Transformação Digital
Por Admar Corrêa Neto*
Empresas nativas digitais vêm roubando cada vez mais espaço no mercado, atraindo clientes com uma proposta de valor focada nas necessidades individuais, atendimento personalizado, facilidade de transacionar e alta geração de valor. Com isso, Transformação Digital se tornou, talvez, o tópico número 1 das empresas hoje em dia. Como reagir e não se deixar ser engolido por empresas com proposta de entrada agressiva, alto aporte de capital e produtos inovadores com foco nas necessidades dos clientes tem sido a pauta constante entre executivos.
O desafio principal está em definir a direção e os passos necessários antes de embarcar na jornada da transformação digital. De acordo com pesquisa feita pela Asia School of Business, mais de 70% das empresas falham na transformação digital. Essa transformação exige, além de organização, foco para direcionar muito bem os recursos financeiros escassos de cada companhia.
Isso porque, em geral, a transformação digital está atrelada à internalização de tecnologias e recursos. Se antes as empresas estavam acostumadas a terceirizar suas plataformas, hoje a necessidade de inovação constante faz com que a maioria que entende a mudança do mercado opte por desenvolver plataformas próprias, internalizar colaboradores (e conhecimento) e, consequentemente, aumentar o investimento em tecnologia.
O erro mais comum, naturalmente, é a falta de uma estratégia clara. Entender exatamente a lacuna de negócio que a tecnologia pode preencher, trazendo diferencial para o negócio, não é uma tarefa fácil. Para onde o mercado está indo? O que pode ser atrativo para o meu consumidor? Quais problemas do meu consumidor não estão sendo bem resolvidos? O que pode gerar vantagem competitiva frente a minha concorrência? Como as experiências do meu cliente impactam a expectativa em relação ao que ofereço para ele? Essas deveriam ser as primeiras perguntas que uma empresa visando uma transformação digital deveria se fazer.
Além disso, 62% das empresas, segundo a mesma pesquisa da Asia School of Business, citam que o principal desafio está atrelado à cultura. De fato, empresas digitais tem uma cultura mais permissiva a riscos e erros. Ao invés de planejamentos exaustivos, elas se permitem testar e aprender e, principalmente, se adaptar rapidamente. Isso exige que a empresa se torne mutável e menos estática, qualidades que podem dar a impressão de um movimento caótico e de pouco controle para quem não estiver acostumado.
Ao invés de orçamentos base zero baseados em longos planejamentos, passa-se a falar em lean budget. Se antes se discutiam cronogramas, agora são realizadas sprints, backlogs e seus planejamentos de ciclo curto priorizando a alta geração de valor. O caminho para uma governança eficiente nesse ambiente aparentemente confuso está na orientação a dados. Com isso, entram novos personagens em ação: os cientistas de dados e suas plataformas analíticas, tudo isso corroborado por uma estrutura de dados organizada, automatizada e eficiente, evitando crises em sistemas e velocidade na obtenção das informações.
Mudança de mindset
Novamente, para isso, entra a exigência de investimentos e, mais ainda, paciência e confiança no processo e nos resultados futuros. Sendo assim, o sucesso da transformação digital passa por algo maior do que a implantação de softwares pontuais – passa por uma mudança organizacional sustentada por uma forte mudança de mindset que deve iniciar pela alta gestão.
Em resumo, para que a empresa tenha sucesso nessa mudança podemos elencar alguns fatores indispensáveis:
– Geração de Valor: foco no que gera valor para o cliente e para a empresa, para que a transformação se prove financeiramente rentável, trazendo resultados concretos;
– Liderança: é necessário um forte mindset da alta gestão;
– Persistência: persistir é necessário a fim de superar as dificuldades iniciais e lidar com o longo processo.
O primeiro passo é delinear bem o caminho para onde essa “nova empresa” irá – seja utilizar tecnologia para atrair um novo público, desenvolver novos produtos, criar novos negócios, incrementar canais, expandir geografia, trazer automação com velocidade e custos reduzidos, etc. Os caminhos são muitos e quanto maior a ambição, maior pode ser o investimento.
A partir da estratégia traçada, entra a transformação cultural a partir da implantação do modelo e a execução do roadmap de transformação do ecossistema de aplicações. O início é duro e requer muito investimento em estrutura, equipe, treinamentos e mecanismos de gestão, exigindo persistência. A partir do momento que os resultados começam a aparecer, a confiança no processo aumenta e o caminho vai se tornando mais fácil. Além disso, o modelo vai se tornando operação diária, reduzindo investimentos estruturantes.
Por fim, o entendimento de que a empresa facilmente se adapta às mudanças do mercado e que a nova estrutura permite que a empresa continue gerando valor ao longo do tempo trará a confiança necessária de que o processo foi bem-feito e se tornou um importante habilitador do futuro da companhia.
Admar Corrêa Neto é Associate Manager da Peers, formado em Administração pela UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Possui 12 anos de experiência em consultoria de negócios, sendo 10 atuando pela Peers Consulting. É líder da frente de Growth Strategy e M&A da empresa e possui grande experiência no varejo, tendo atuado por mais de 10 anos nesse setor em projetos de Operação de Loja, Gestão Comercial, TI e Supply Chain.