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Pedro Serra: Retrospectiva 2021 – fatos e momentos mais impactantes para a Bolsa em 2021

01 dez 2021, 14:14 - atualizado em 01 dez 2021, 14:15
“Apesar de acreditar que ainda há muito “desaforo” precificado nos mercados, a Bolsa ainda está imersa em um ambiente de volatilidade”, afirma o colunista

O ano de 2021 está chegando ao fim, com a Bolsa amargando uma queda de 14% no ano – considerando o fechamento do dia 26 de novembro- influenciada, principalmente, devido às notícias da nova cepa do coronavírus descoberta na África do Sul.

Para entender os caminhos que o mercado percorreu ao longo do ano e como chegamos a este resultado, vale separar as fases percorridas este ano.

Virada positiva

O ano iniciou com a Bolsa na máxima histórica até então, seguindo este mesmo patamar até 08 de janeiro. Considerando o low anterior, de 30 de outubro de 2020, a Bolsa fechou aquele mês a 93,4 mil pontos, valorizando-se em 33% nesse período, chegando a 125 mil pontos.

O ano de 2021 teve início com essa ótima performance e com bons destaques como Vale (VALE3) +68,4%, Petrobras (PETR3;PETR4) +64% e bancos com +38,4%, na média.

Segunda onda e Petrobras derrubam a Bolsa

Depois desse pico, tivemos uma segunda onda da covid no Brasil e os temores em relação a um lockdown surgiram novamente, causando uma nova queda abrupta no mercado, que despencou 12% entre 8 de janeiro até 26 de fevereiro desse ano.

Durante o período, os segmentos mais atingidos foram bancos, construção civil e educação.
Petrobras também teve um desempenho bastante negativo, caindo 29,2%, devido à súbita troca de CEO que levantou questionamentos no mercado sobre novas intervenções na estatal, como já acontecera no passado.

Avanço da vacinação e reabertura impactam commodities

Na segunda alta do ano, entre fevereiro e junho, o avanço da vacinação e a reabertura da economia, tanto aqui quanto lá fora, estimularam o setor de commodities, em especial com Vale e Petro. Nos EUA, esse tema ganhou força e as ações de proteínas foram um grande destaque com a volta dos restaurantes.

Tudo ia muito bem com a Bolsa atingindo 129 mil pontos, porém os ruídos políticos que ameaçam a situação fiscal do País, somado a uma aceleração da inflação e a descoberta da nova cepa do coronavírus desestabilizaram a Bolsa novamente . Do pico para cá (fechamento de sexta-feira dia 26/11) a Bolsa atingiu os 102 mil pontos e caiu 21%.

Dessa vez, as empresas domésticas mais ligadas à atividade econômica foram as mais impactadas, junto com Vale e siderurgia após o minério de ferro sair de níveis de US$ 200,00 para abaixo dos cem.

Apesar de acreditar que ainda há muito “desaforo” precificado nos mercados, a Bolsa ainda está imersa em um ambiente de volatilidade.

O investidor que quer enfrentar esse momento de tempestade de maneira segura, deve buscar empresas com histórico secular, ou seja, menos dependentes do ambiente macro e, claro, que estão entregando bons resultados.

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