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Pedidos por máquinas de mineração de bitcoin mais recentes estão esgotados até 2021

17 nov 2020, 16:21 - atualizado em 17 nov 2020, 16:21
Quem comprou, comprou. Quem não comprou, espere até maio de 2021: cada vez mais empresas estão investimento em equipamentos de mineração de bitcoin (Imagem: Twitter/Nishant Sharma)

Pedidos em massa dos hardwares de mineração de bitcoin (BTC) mais poderosos de grandes fabricantes já estão esgotados até maio de 2021, sugerindo um crescente nível de demanda institucional para tais equipamentos.

O site oficial da Bitmain mostra que as encomendas de seus populares produtos S19 Pro, S19 e T19 da série Antminer terão de esperar até maio de 2021 para a entrega, ou seja, pré-vendas com envios antes dessa data já estão esgotadas.

Da mesma forma, MicroBTa principal adversária da Bitmain — indica “esgotado” para seu produto M30 da série WhatsMiner em seu site.

Um porta-voz da empresa contou ao The Block que a empresa já está vendendo equipamentos que serão enviados entre abril e maio; antes dessas datas, a capacidade indica “fora de estoque”.

O escassez no fornecimento total segue a alta no preço do bitcoin desde o terceiro trimestre deste ano devido ao aumento da demanda institucional por equipamentos de mineração de bitcoin e capacidade limitada de “wafers” computacionais dos fornecedores de silicone da Bitmain e da MicroBT.

“Ainda estamos trabalhando bastante para obter uma maior capacidade de chips da Samsung e satisfazer mais pré-vendas para futuros estoques”, afirmou o porta-voz da MicroBT. Bitmain, por outro lado, obtém chips de silicone da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC).

Na imagem, a máquina M30S+ da série WhatsMiner da MicroBT (Imagem: BitMEX/Blog)

Dito isso, pedidos de estoques à vista em pequenas quantidades limitadas ainda estão disponíveis nas distribuidoras das fabricantes, apesar de o preço ser um pouco mais salgado.

Com base nos diversos preços divulgados pelas distribuidoras de equipamentos de mineração no WeChat, pedidos de estoques à vista do S19 Pro da série AntMiner da Bitmain custam entre US$ 3,8 mil e US$ 4,1 mil por unidade.

Para fins de contexto, os preços pelos estoques à vista do mesmo modelo no início de novembro eram de US$ 3,3 mil por unidade, enquanto o preço dos futuros pedidos do S19 Pro para envio a partir de abril de 2021 estão em US$ 2.684.

Embora a escassez no fornecimento de máquinas de mineração de bitcoin seja bem comum após um aumento de preço do bitcoin — o mesmo aconteceu em junho de 2019 e no ciclo de “bull market” de 2017 —, o diferencial este ano é que ações de compra estão ainda mais consolidadas, em que a forte demanda está vindo de instituições fora da China.

“Temos muitos clientes que buscam adquirir mais de mil máquinas de uma vez”, disse Mike Colyer, CEO da Foundry, subsidiária do Digital Currency Group que fornece equipamentos para a mineração de bitcoin e fornece serviços de financiamento para operadores da América do Norte.

Colyer disse que, embora haja muita construção de fazendas de mineração na América do Norte nos últimos anos, o fornecimento de chips por fabricantes de semicondutores não está alocando a mesma capacidade a fabricantes de mineradoras do que antes.

Empresas podem ou estar comprando para minerar bitcoin ou para revender essas máquinas a um preço maior no futuro (Imagem: Facebook/VBit Tech)

“A demanda por operadores de mineração chineses para a obtenção de chips ASICs (circuitos integrados de aplicação específica) diminuiu drasticamente em 2020.

Basicamente, a capacidade de produção de fabricantes de mineração desde o terceiro trimestre foi vendida a compradores estrangeiros”, afirmou Kevin Dejun Ge, operador chinês de uma mineradora de bitcoin desde 2017, que também é um sócio-gestor de um fundo de mineração chamado Miners.Fund.

“Os recursos da MicroBT e da Bitmain foram basicamente comprados por operadores de mineração e fundos de grande escala, que ou mineram por si sós ou revendem no futuro se houver uma oportunidade de preço significativa”, explicou Ge.

Com base nessa observação, o pedido único e comum dessas forças institucionalizadas pode chegar a até US$ 15 milhões, com a aquisição inicial de cinco mil unidades.

Mas Ge disse que o crescimento no poder estrangeiro de aquisição não necessariamente se traduz em um aumento no poder de hashing do bitcoin fora da China de forma proporcional.

“A ordem de aquisição só reflete um contraste entre as partes A e B. O fluxo de mineradores depende das condições de mercado”, explicou ele.

A taxa de hashes da rede Bitcoin segue o preço
da criptomoeda bitcoin ou vice-versa?

Quanto maior a taxa de hashes, mais blocos estão sendo mineradores, o que aumenta a chance de um minerador individual em solucionar o “quebra-cabeças” da recompensa por bloco e receber os bitcoins recém-minerados (Imagem: Crypto Times)

Muitos dos pedidos são por futuros estoques e grandes instituições podem se beneficiar de um grande desconto.

Além disso, de o preço do bitcoin subir significativamente na época do envio, também pode ser do interesse das empresas estrangeiras revender as máquinas a investidores chineses para obter uma vantagem de preço.

Enquanto isso, o maior limite de entrada ou expansão de operações de mineração de bitcoin pode ser aterrorizante para players existentes, principalmente operadores de varejo na China.

Fora a escassez de equipamentos, as recompensas por bloco de mineradores de bitcoin foram reduzidas pela metade este ano enquanto a dificuldade de mineração atingiu um nível recorde.

Em partes, isso parece ter contribuído com o crescimento da taxa de hashes da Ethereum desde o terceiro trimestre conforme operadores de bitcoin da China migraram para a mineração de ether (ETH) que, agora, tem um período de retorno de aproximadamente três meses.

Um período estável de retorno para novatos da mineração de bitcoin é de cerca de dois anos, a níveis atuais.

A credora chinesa de cripto Babel Finance, por exemplo, afirmou em julho que alocaria US$ 50 milhões a seus operadores de mineração de cripto que desejassem pegar empréstimo, usando seus equipamentos como garantia.

Flex Yang, CEO e cofundador da Babel, contou ao The Block que a empresa possui US$ 22 milhões em dívidas pendentes feitas a operadores de mineradoras e 90% das garantias totais está ou na forma de unidades de processamento gráfico (GPUs) ou hardwares com ASICs para a Ethereum.

“Muitos mutuários que expandiram para a Ethereum também são atuais operadores de mineração de bitcoin”, disse Yang.

O consumo de energia para mineração da rede Bitcoin
é equivalente a sete usinas nucleares

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