Pedágio urbano: o que é e como funciona?
Por Blog do PQ?
A cidade de Nova York recentemente aprovou a proposta de cobrar motoristas que decidam circular na área de Manhattan, adotando aquilo que no Brasil se convencionou chamar de “pedágio urbano”. Essa política já é aplicada em outras metrópoles do mundo desenvolvido, como Londres, Estocolmo e Singapura.
Trata-se de uma forma relativamente eficiente de combater congestionamentos. Além de desestimular o uso do carro (o que também é bom para o meio ambiente), ainda garante arrecadação para o governo.
A medida faz sentido em termos econômicos. Afinal, o espaço na via congestionada é um recurso escasso. Se um carro está lá, ele impede que outro carro ocupe aquele lugar. A lógica é parecida com a da maioria dos bens e serviços que temos por aí. Pense, por exemplo, em uma maçã: se uma pessoa decide comê-la, ela impede que outra pessoa a consuma. É o que chamamos de bem rival.
Para controlar a escassez nesses mercados, entra em ação o sistema de preços. Voltando ao exemplo: não há no mundo maçãs suficientes para que todos possam consumir o quanto quiserem. Se todos pudessem comer maçãs à vontade, teríamos que devotar muitos recursos (terra, trabalho etc.) para produzi-las, sacrificando a produção de outros bens e serviços que são valorizados pela sociedade.
Como o preço da maçã é positivo, ele acaba impedindo algumas pessoas de consumirem a fruta, e faz com que não se queira comer quantidades absurdamente grandes dela.
Mas com as ruas normalmente não é assim. Não se paga para percorrê-las. Isso incentiva o uso excessivo, o que acaba resultando em congestionamentos – particularmente problemáticos em grandes cidades.
O pedágio urbano segue a mesma lógica descrita acima, ao colocar um preço no recurso escasso e limitar seu uso. De quebra, provê para o governo receita que pode ser usada para outras coisas – educação, saúde, segurança, cultura etc. Ou pode até permitir que se reduzam impostos em outras margens.