PEC de Transição vai pressionar a inflação se não for controlada; entenda
O arcabouço fiscal e 2023 entrou de vez no radar do mercado. De acordo com o Boletim Macroeconômico, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), este é o principal tema do debate doméstico atual.
O motivo é que o setor público terá um déficit no ano que vem, puxado pela intenção do governo de ampliar os gastos fora do teto para bancar o Auxílio Brasil em R$ 600 e ampliar a parcela para as famílias com crianças com menos de seis anos.
A PEC de Transição, que foi apresentada pelo governo eleito e está sendo negociadano Senado, pede uma licença para gastar de R$ 198 bilhões. Mas textos alternativos tentam reduzir esse valor para menos de R$ 100 bi.
“Um waiver da ordem de R$ 200 bi ao ano gerará uma expansão de gastos de R$ 1 trilhão em cinco anos. Ou seja, cerca de 10% do PIB de gastos diretos, aos quais se somarão os juros que incidirão sobre a dívida pública que terá de ser emitida para financiar esse aumento de gastos”, diz o relatório.
Segura a inflação
O aumento permanente de gastos deve maior pressão inflacionária. “Isso vai acarretar uma maior depreciação cambial, mais pressão sobre a inflação corrente e futura, contaminando as expectativas inflacionárias”, afirmam os economistas Armando Castelar e Silvia Matos, do Ibre.
Com isso, o Banco Central pode iniciar um novo ciclo de aperto monetário ou segurar a Selic no patamar de 13,75% ao ano por mais tempo.
Além disso, também é projetado um aumento da despesa com juros sobre a dívida pública, dificultando ainda mais o quadro das contas públicas.
“É importante enfatizar que, se quisermos gastar mais com o social, temos que reduzir outros gastos não-sociais e/ou encontrar novas fontes de receitas tributárias. O problema não são os gastos sociais que são necessários, mas sim como financiá-los.”
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