Pé-de-meia furado: Previdência do Brasil fica entre as piores do mundo; entenda
O regime previdenciário brasileiro está entre os menos sustentáveis do mundo, de acordo com estudo do grupo Allianz.
Segundo o relatório ‘Global Pension Report 2023‘, o Brasil tem um crescimento da população insuficiente para atender ao envelhecimento da população dentro do sistema, mesmo após a Reforma da Previdência de 2019.
“O nível recorde de baixa natalidade na China, Itália e Brasil apontam para a possibilidade de que as taxas de fecundidade poderia permanecer permanentemente abaixo do esperado e acelerar ainda mais o envelhecimento da população”, afirma o documento.
Segundo a Allianz, o Brasil tem também “um dos sistemas de pensão mais generosos do mundo”. Os autores defendem que uma taxa “ideal” de pagamento de pensão deve variar de 40% a 60% de um salário médio, e os benefícios fornecidos no país estariam em torno de uma taxa de 89%.
As taxas de países com sistemas considerados mais sustentáveis, como EUA, Japão e Alemanha, ficam entre 30% a 40% do salário, aponta o documento.
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O estudo contou com parâmetros próprios, como o indicador Allianz Pension Index, que utiliza critérios como sustentabilidade da previdência; capacidade de adequação do sistema e condições fiscal e demográfica do país. Com isso, cada país recebe uma nota, que vai de 1 a 7.
Quanto maior a nota, pior a sustentabilidade previdenciária do país. O Brasil recebeu neste ano 4,3, enquanto a média dos países foi de 3,6, avaliada como “pouco satisfatória” pelo estudo. Em 2020, a pontuação do Brasil era um pouco melhor, com 4,0 pontos.
Apenas Romênia, Tunísia, Emirados Árabes, Laos, Uzbequistão, Arábia Saudita, Marrocos, Líbano e Sri Lanka ficaram atrás do Brasil. Já na outra ponta, os países que lideram o ranking são: Dinamarca, Holanda, Suécia, Nova Zelândia e Estados Unidos.
O relatório avalia que a maioria dos regimes de previdência focam muito no bem-estar da atual geração de pensionistas. Por outro lado, não olha tanto para a sustentabilidade do sistema no longo prazo, que exige um equilíbrio entre as contribuições feitas hoje pelos futuros aposentados, com o pagamento de benefícios para quem já se aposentou.