PCE cai para a menor taxa desde o início de 2021; o que “inflação preferida” do Fed significa para os EUA agora?
O Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), dado de inflação preferido do Federal Reserve (Fed) para analisar os cortes de juros, apresentou um aumento de 0,3%, seguindo as expectativas do mercado, chegando a 2,4% no acumulado de 12 meses.
Antes da divulgação do resultado, a expectativa do mercado era de um aumento de 0,3% na variação mensal e alta de 0,4% no núcleo.
No seu pior momento, em julho de 2022, o PCE dos Estados Unidos (EUA) acumulava 6.8% em 12 meses. No mês passado, pelo mesmo critério, a inflação era de 2,6%. Assim, o dado divulgado hoje representa a menor taxa acumulada em 12 meses, desde março de 2021.
A renda pessoal aumentou US$ 233,7 bilhões (incremento de 1%), enquanto a renda pessoal disponível cresceu US$ 67,6 bilhões (0,3%), e as despesas de consumo pessoal aumentaram US$ 43,9 bilhões (0,2%).
O núcleo do PCE, que exclui comida e energia, aumentou 0,4%, seguindo para 2,8%, seguindo as projeções realizadas.
Por que o Fed analisa o PCE, sua “inflação preferida”?
O PCE é visto como o melhor índice para analisar a inflação americana, por dar um peso menor ao custo de habitação e levar em conta como os consumidores do país agem quando os preços sobem.
Dessa forma, o Federal Reserve consegue analisar o melhor momento para realizar os cortes nas taxas de juros, aguardados pelo mercado, pois tem como base efetivamente como está a saúde financeira da população.
O objetivo é alcançar uma taxa de inflação de 2%, para que Jerome Powell, presidente do Fed, tenha certeza de que as altas taxas não serão vivenciadas novamente pelo país.
Mas, com o dado atual mostrando um declínio na inflação, é possível que o momento esteja se aproximando.
Antes da divulgação dos resultados, o CME FedWatch Tool, que analisa a probabilidade dos cortes nas taxas de juros, mostrava um mercado dividido com relação ao evento acontecer na reunião de junho, a data preferida até o momento, com pouco mais de 50% acreditando que a redução ocorreria neste momento.
Após o dado, a situação tornou-se mais positiva: 62,7% acredita que os cortes nas taxas de juros acontecerão em junho, contra 37,3% acreditando que não haverá mudanças.