Pazuello diz à CPI que vai responder todas as perguntas apesar de habeas corpus
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou nesta quarta-feira que vai responder todas as perguntas feitas por senadores durante depoimento à CPI da Covid, mas pediu aos parlamentares que não façam perguntas simplórias, alegando que precisa esclarecer todos os fatos que ocorreram durante sua gestão à frente da pasta.
“Vou responder todas as perguntas, sem exceção”, disse Pazuello durante o depoimento, acrescentando pedido para que não fossem feitas “perguntas simplórias” uma vez que gostaria de “deixar claro todos os fatos e verdades que aconteceram na minha gestão”.
Em resposta à fala do ex-ministro, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse que Pazuello não pode determinar o que será questionado pelos parlamentares.
O ex-ministro é apontado como um dos depoentes mais aguardados na CPI, que investiga as ações do governo federal no enfrentamento da pandemia.
Na semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu a Pazuello o direito de permanecer em silêncio e não se incriminar em casos referentes à atuação dele à frente do ministério.
Pazuello iniciou seu depoimento com a leitura de um comunicado em que defendeu sua passagem pela pasta e afirmou que decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) limitou a atuação do governo federal nas ações de combate à pandemia.
Na realidade, a decisão do STF autorizou Estados e municípios a também tomaram medidas no âmbito de enfrentamento à pandemia, sem retirar qualquer atribuição do governo federal.
Em sua declaração inicial, o ex-ministro disse que o governo federal fez contatos no ano passado com todos os fabricantes de vacina em desenvolvimento no mundo. Segundo ele, a opção inicial foi relacionada à possibilidade de transferência de tecnologia e não apenas compra direta dos imunizantes.
Pazuello disse que encerrou sua jornada à frente do ministério certo de ter se dedicado ao máximo para salvar o maior número de vidas.